O governador Ronaldo Caiado apelou para que esforços conjuntos sejam feitos para se evitar o aumento de mortes em Goiás pela Covid-19 e suas complicações. O chamamento foi feito durante uma mega videoconferência com cerca de 300 participantes, entre prefeitos, presidentes de poderes (Judiciário e Legislativo), deputados e senadores, lideranças de classe, dentre outras autoridades.
“Para um médico como eu, é muito difícil assistir um total descompromisso das pessoas com a vida”. O desabafo do governador ocorreu durante a sua participação na reunião on line, de dentro de um veículo, a caminho do velório de um amigo seu de mais de 35 anos que perdeu a batalha para a doença.
Caiado pontuou que há quase um ano ocorre o enfrentamento da pandemia e, agora, com o início da vacinação, não pode haver descuido em relação às demais medidas preventivas como o distanciamento social, uso de máscara e cuidados com a higiene.
Ele aproveitou para alertar os prefeitos para que haja um esforço de fazer com que as pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina, que não deixem de fazer a segunda dose, pois, segundo disse, há relatos de pessoas que não estão recebendo a segunda dose.
Para o governador, é preciso que não só as autoridades, mas também a população tenha uma postura de pensamento coletivo. Conforme ressaltou, já há, no País, novas variantes do vírus com transmissão comunitária, inclusive, variantes da África do Sul e da Inglaterra. “O momento é grave”, alertou Caiado.

O governador citou que o Governo Estadual fez uma recomendação para que os bares, restaurantes e similares funcionassem até às 22 horas, “mas muitos não quiseram e até ampliaram [o horário de funcionamento] e agora nós estamos vendo o agravamento. Não é o momento de nos acovardamos”, destacou Caiado, acrescentando que colocou à disposição dos município o trabalho da Polícia Militar para combater abusos nos descumprimentos aos protocolos. “Se precisar, peçam reforço, se precisar, me chamem”, frisou.
O governador ainda reforçou as colocações feitas no início da reunião pelo secretário estadual da Saúde, Ismael Alexandrino, que o momento não é mais de buscar a ampliação de leitos, porque não há estruturas físicas e humanas disponíveis. O secretário assinalou que o esforço maior, agora, deve ser para controlar a transmissão do vírus.
Para Caiado, há uma pressão muito grande sobre a saúde, que tem de fazer não apenas o enfrentamento da Covid-19, mas também a vacinação da gripe (H1N1) e outras vacinas para prevenção de doenças. Além do fato de os profissionais da saúde estarem, também, sob pressão intensa vendo aumentar o número de internações e de óbitos. Alguns, até, estão desistindo da carreira profissional.
No caso da Covid-19, Caiado complementou que a doença está deixando sequelas para muitas pessoas, comprometendo a locomoção e a respiração, em alguns casos, de forma definitiva.
Perda
O senador Luiz do Carmo fez uma intervenção na reunião, informando que no dia anterior, ou seja, ontem (16), ele perdeu um irmão para a Covid-19. “Afogar sem água é muito triste”, testemunhou, dizendo ainda quem sofre a perda de um parente ou pessoa próxima para a doença age diferente. “Prefeitos, vamos salvar vidas”, recomendou.
Mapa
No final da reunião, o secretário Ismael Alexandrino apresentou o Mapa de Calor, mostrando a situação da doença por região. Nesse mapa as regiões estão com as cores em amarelo (situação de Alerta); laranja (situação Crítica) e vermelho (situação de Calamidade).
Para cada cor, a Nota Técnica da SES-GO traz recomendações que podem balizar as ações dos gestores municipais.
Na situação de Alerta, não há previsão de fechamento e restrição de atividades, embora deve-se manter os protocolos de prevenção.
Na situação Crítica, prevê-se a redução de 50% das atividades, sendo que no caso de bares, restaurantes e similares, bem como igrejas, a redução cai para 30%.
No estado de Calamidade, aí sim pode ser decretado o chamado lockdown, com o fechamento quase total das atividades, mantendo-se aquelas consideradas essenciais, como postos de combustíveis, supermercados, farmácias e drogarias, dentre outras.
O Mapa de Calor não mostra as cidades, mas, no caso de Anápolis, que está na região Pirineus, a cor é a Amarela, ou seja, situação de alerta, sem maiores restrições.
