É considerável o aumento no consumo de sanduíches, pizzas, salgadinhos, etc. pelas famílias brasileiras. Em Anápolis, o quadro não é diferente do resto do País. Cada vez mais, os lanches rápidos substituem as refeições. Essa troca acontece, principalmente, durante a noite – no jantar, devido à facilidade e à praticidade de preparo desses alimentos, aliada à falta de tempo das famílias modernas e, também, a falta de conhecimento das conseqüências que isso pode trazer. Essa troca, se não for feita adequadamente, pode trazer riscos à saúde.
Uma alimentação desequilibrada pode causar uma série de problemas, como diabetes, colesterol e triglicérides elevadas, desnutrição e anemia. A adoção de hábitos alimentares saudáveis é um dos primeiros passos para quem busca uma melhor qualidade de vida. Segundo a nutricionista, Flávia Pontieri, professora coordenadora do curso de Nutrição da UniAnhanguera, uma refeição saudável é aquela que atende às necessidades nutricionais de quem a ingere, e que possui nutrientes distribuídos de forma equilibrada. Ela explica que os prejuízos dependem do tipo de alimento que é ingerido, pois alguns lanches podem, sim, conter alimentos saudáveis. Entretanto, se esses lanches forem ricos em açúcares e gorduras, podem aumentar os riscos de obesidade, doenças cardiovasculares e alterações da quantidade de gorduras no sangue.
Alternativas
A ingestão de alimentos pouco recomendáveis acontece, principalmente, no período em que as pessoas se encontram fora de casa, trabalhando ou estudando. Ou, ainda, entre uma atividade e outra – possivelmente no período da noite, horário em que deveria acontecer o jantar tradicional. Flávia ensina que a substituição pode acontecer desde que se faça a escolha por alimentos saudáveis e que atendam às necessidades pessoais de cada indivíduo. “Existem as frutas, os sanduíches feitos com legumes e vegetais, carnes magras e sem frituras, cereais – principalmente os integrais. Todos podem ser incluídos no cardápio de quem não dispõe de muito tempo”, explica.
Outra dica, essa para o período da noite, é ingerir alimentos de fácil digestão, com baixo teor de açúcar e de gordura. A nutricionista diz que não existem restrições quanto ao horário da refeição, mas alerta que ela deve ser complementar ao plano alimentar de cada um, respeitando o que foi ingerido no restante do dia.
Para a melhor alimentação das crianças no lanche da escola é preciso que os pais estejam atentos às instruções do que representa uma alimentação saudável e quais os alimentos que devem compor o lanche. Flávia alerta que é preciso, também, restringir o acesso desses alunos aos lanches que não são saudáveis, nas cantinas e lanchonetes das instituições de ensino. “Uma dica é retirar todas as frituras (salgados fritos, batatas fritas, etc.), substituir por assados e sanduíches naturais, retirar os refrigerantes e substituir por sucos, incluir frutas no lanche, retirar doces de forma geral – balas e chocolates”, ensina ela.
Alimentação escolar
As crianças costumam adquirir os hábitos alimentares dos pais. Tanto os bons, quanto os maus. O consumo de doces, refrigerantes e salgados tem crescido entre os pequenos e é motivo de preocupação. Diante disso, as escolas tentam auxiliar na educação e na criação de hábitos saudáveis de alimentação. O Colégio Auxilium, por exemplo, tem buscado incrementar o cardápio de sua lanchonete para oferecer outras opções aos alunos.
Segundo a administradora do estabelecimento, Ludmila Xavier Nunes, foi feita à direção do colégio uma nova proposta de cardápio a fim de controlar o avanço de doenças e da obesidade infantil. “O objetivo é educar a alimentação e criar hábitos saudáveis nas crianças, principalmente as menores”. A primeira medida implementada foi a abolição do refrigerante e das frituras no cardápio da educação infantil – que hoje conta com sucos variados, salada de frutas, iogurte, gelatina e vitaminas.
Além disso, foi enviada aos pais uma programação que especifica os componentes diários do lanche a ser disponibilizado. Assim, as famílias puderam avaliar o menu e decidir se aderiam ou não ao programa. Nasceu o “kit lanche”, sistema individualizado que segue as orientações dos pais, respeitando as restrições alimentares das crianças. E que também diminui as filas na lanchonete durante o recreio.
O cardápio do “kit lanche” é simples, posto que representa uma refeição intermediária, mas tenta suprir todas as necessidades nutricionais necessárias à dieta alimentar. A modificação sofreu dificuldades na implementação, mas hoje tem sido bem aceita pelos alunos, apesar de a procura por salgados e refrigerantes ainda continuar expressiva. No entanto, Ludmila acredita que não conseguirá aboli-los de maneira definitiva, pois os maus hábitos alimentares já foram assimilados pelas crianças mais velhas.