“E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar. Não tem tempo, nem piedade; nem tem hora de chegar. Sem pedir licença, muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar… Nessa estrada não nos cabe conhecer o ver o que virá. O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos, numa linda passarela, de uma aquarela, que um dia, enfim, descolorirá…”. Esse é um trecho de uma música bastante conhecida do poeta e cantor brasileiro Toquinho e que se adequa ao momento que estamos vivendo.
Envoltos na turbulência de uma pandemia que já fez milhões de vítimas, continuamos sem saber ao certo o que esperar em um futuro próximo. Para aqueles que, por enquanto, conseguiram sobreviver incólumes a essa batalha com um inimigo pequeno no tamanho e gigante no estrago que provoca, há um misto de alegria e tensão, aguardando um alívio que ainda não chegou. Para quem perdeu seu familiar, seu amigo ou seu amor o dano é extenso demais para ser reparado, mas a vida precisa seguir, mesmo com a tristeza, a dor e a incerteza.
Em momentos como esse, conselhos parecem vazios e o consolo humano está longe de ser eficaz. O que dizer para um filho que sepulta os pais e nem teve a chance de se despedir? Como consolar a mãe e esposa que, num curto espaço de tempo, perde os filhos e o marido? Sejamos sinceros: somente o Senhor Jesus, por intermédio do Espírito Santo, pode ajudar o ser humano a lidar com sofrimentos desta natureza. A Bíblia nos orienta como agir em momentos dolorosos: “Tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Efésios 6:13).
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Somente o amor consolador do Pai pode oferecer o sustento e amparo capazes de tornar a dor minimamente suportável. E mais: com Cristo, as grandes lutas são sim prenúncio de grandes vitórias e as feridas abertas são portas para Deus entrar e agir. Essas não são apenas frases motivacionais vazias, mas sim um bálsamo quando a nossa confiança está naquele que fez os céus e a terra. Quando olhamos uma pérola, vemos sua beleza e perfeição. No entanto, ela é o resultado de um grão de areia indesejado que penetrou no interior da ostra, obrigando-a a proteger seu corpo indefeso.
Assim como a ostra, precisamos proteger nosso corpo e mente indefesos das intempéries que nos devastam e colocar sobre elas a nossa fé e a nossa confiança naquele que nos ama e protege. O apóstolo Paulo escreveu na carta aos Romanos: “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). Ou seja, quanto mais ele sofria, mais se aproximava do Pai e maior era sua perspectiva de vida e de vitória. O que para muitos pode parecer um disparate, para nós, cristãos, é uma palavra de encorajamento e vigor.
Acreditar que Deus age em nosso favor, mesmo nas situações difíceis, é testemunho de fé que resultará em paz e descanso, força para recomeçar, alívio profundo. A dor existe e é real, assim como é real o Deus em quem confiamos. Logo, se nos entregarmos plenamente a Ele, certamente teremos mais vida que morte; mais vitórias que derrotas; mais restauração que destruição. “Tu, que me fizeste passar muitas e duras tribulações, restaurarás a minha vida, e das profundezas da terra de novo me farás subir. Tu me farás mais honrado e mais uma vez me consolarás” (Salmo 71:20,21).