Provavelmente cansados de esperar por um emprego “de carteira assinada” e em uma empresa sólida, ou, até, passarem em um concurso público, nada menos que 1.022.789 (um milhão, vinte e duas mil e setecentas e oitenta e nove) pessoas decidiram ir à luta e abrirem seus próprios negócios no Brasil. Isto, apenas, no primeiro trimestre deste ano (janeiro, fevereiro e março). Do total, 79% são Microempreendedores Individuais (MEIs). Os outros 21% se dividem em micros, pequenas empresas, empresas de grande porte, indústrias e agronegócios. Os dados são da Receita Federal. Eles mostram, ainda, que em março, o número total de empresas abertas cresceu 3,6% em comparação a fevereiro, e 1,7% em comparação a janeiro.
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Estes números, apenas, comprovam a tendência de que a economia nacional depende, cada vez mais, dos pequenos empreendedores. Em que pese haver uma diminuição no volume em relação ao primeiro trimestre de 2021 (uma queda de 4,8% no número de novas empresas), na comparação com o primeiro trimestre de 2020, há um crescimento de 19%. Esses movimentadores da economia nacional, mesmo não sendo notados como deveriam ser, têm sobre seus ombros a responsabilidade de conduzirem os destinos econômicos do Brasil, principalmente na fase de transição em que o País vive.
Certamente que isto quer dizer muita coisa. O perfil do empreendedorismo nacional tem mudado, e muito. As causas são variadas (crise americana de 2018, pandemia da covid-19, guerra entre Rússia e Ucrânia), mas, o efeito é único. O microempreendedor individual é o pilar máximo da estrutura econômica brasileira e sem ele, fatalmente, estaríamos “em parafuso”, devido ao atual quadro global. Muitos países não têm a figura do microempreendedor e por certo, gostariam de ter. A pulverização de negócios nas pequenas, médias e grandes cidades, onde empreendimentos minúsculos oferecem milhões de postos de trabalho, porque eles são milhões espalhados pelo Território Nacional, é a causa da sobrevivência das famílias. Isto diminui a pressão social e garante a continuidade para um sem número de brasileiros. Esse pessoal (microempresários), que está em franco crescimento numérico, precisaria de mais incentivos, de melhores políticas de apoio e estímulo para crescer mais.
Sem contar que, as dificuldades recentes meio que obrigaram trabalhadores em geral, a buscarem seus sustentos, depois que viram o sonho do emprego estável ir “por água abaixo”. E, se por um lado foi assustador, por outro, despertou, na maioria deles, o desejo de sobreviver, de usar a criatividade e descobrir que, nem só a Carteira de Trabalho assinada é sinônimo de dignidade e de independência. Muitos nem sonham voltar ao status quo (como eram antes). O microempreendedorismo nacional é um orgulho para os brasileiros e deveria ser visto com outro olhares pelos governos, a fim de que cresça, progrida e evolua. Ou, no mínimo se estabilize. Esses homens e mulheres, heróis anônimos que não frequentam rodas sociais de luxo, que não aprecem na mídia, é que “seguram a barra” dessa gigantesca estrutura chamada Brasil.