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Plataforma Logística de Anápolis: era um “sonho bom” e tinha projeto ousado

de Claudius Brito
17 de novembro de 2023
em Economia
Reading Time: 5 mins read
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Plataforma Logística de Anápolis

Local onde o projeto deveria ser implantado, próximo ao DAIA (Arquivo)

A Plataforma Logística Multimodal (que inicialmente era de Anápolis e, depois, passou a ser de Goiás, em sua denominação) teve a sua luta personificada na figura do capitão Waldy O´Dwyer, um dos pioneiros da indústria anapolina.

O capitão Waldyr passou dos 100 anos, dedicou-se muito a esse projeto. Mas, ele não pode ver o seu sonho materializado. Aliás, até hoje, o projeto nunca saiu do papel.

E, diga-se de passagem, era um sonho bom e chegou a ter um embasamento conceitual muito interessante, que poucos conhecem.

No começo da década de 2000, o Governo de Goiás, através da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, elaborou e divulgou um caderno especial denominado: “Estudos da Seplan- Plataforma Logística Multimodal de Anápolis”.

Leia também: Anápolis conquista destaque em Comitês de Bacias Hidrográficas

A publicação remonta ao primeiro mandato de Marconi Perillo à frente da Administração Estadual e o titular da Seplan, à época, era Giuseppe Vecci.

O documento traz ao longo de 54 páginas, todos os elementos conceituais do projeto até, inclusive, o detalhamento de como deveriam ser as estruturas dos armazéns que funcionariam na plataforma.

Além das etapas de implantação, mapa de custos, detalhes sobre o edital e modelagem de funcionamento.

De início, o estudo faz uma conceituação de logística e do quadro que se tinha para aquela época. Um dos quadros explicativos destacava que a movimentação de custos logísticos no Brasil, somente de 1991 a 1998, passou de US$ 64 bilhões a R$ 153 bilhões (dados da Associação Brasileira de Movimentação e Logística”.

Outro quadro interessante, apontava que o transporte de carga no Brasil tinha predominância de 70% do modal rodoviário em 1970, caindo para 61,8% em 1999. O ferroviário, tinha participação de 16,2% em 1970, subindo para 19,5% em 1999. O modal hidroviário passou de 12,1% para 13,8% na mesma base comparativa e outros (incluindo o aéreo), saiu de 1,7% para 4,9% de participação (Dados do Geipot- Empresa Brasileira de Planejamento e Transportes.

Capitão Waldyr O´Odwyer era um dos maiores entusiastas do projeto

Modelo francês

O estudo segue apontando que, na década de 1980, “os terminais de cargas estão obsoletos, em função da demanda sofisticada do transporte de mercadorias, que precisa de multimodalidade como meio para se conseguir eficiência e redução de custos”.

Dentro desse contexto, as primeiras plataformas logísticas foram desenvolvidas na França, pelo Groupement Européan D´intérêt Economique.

São citados, com registro de fotografias da época, as plataformas logísticas de Lyon e Rungis, na capital- Paris.

O estudo informava que na região metropolitana de Paris, havia 13 plataformas em operação, com vocações distintas. E, dentro desse mesmo conceito, a União Europeia criou a Europlataformas, uma empresa que então chegou a reunir 40 plataformas multimodais em toda a Europa.

No Brasil, o documento observa que o modelo então mais adaptado na época era o de implantação de Centros de Distribuição, com configuração física de armazenagem destinada à gestão da movimentação e estoque de produtos acabados para posterior colocação no mercado.

Plataforma francesa serviu de “inspiração” ao projeto

Projeto amplo

O projeto da Plataforma Logística Multimodal, já é um pouco mais amplo do que os Centros de Distribuição.

No primeiro plano, ele configurava, do ponto de vista comercial e tecnológico, a importância do eixo Goiânia-Anápolis-Brasília.

Além disso, considerava os potenciais de Anápolis como referência no ensino superior (produção de conhecimento para pesquisa e qualificação de mão de obra); do Polo Farmacêutico e da Estação Aduaneira Interior (Eadi- Porto Seco).

E, fundamentalmente, a possibilidade de integração dos modais de transporte. Nesse ponto, considerando que o município é cortado por grandes rodovias federais que facilitam o escoamento da produção pelo modal rodoviário. Também pelo fato de Anápolis já ter uma ferrovia em operação (a Centro Atlântica) e ser o marco zero da ferrovia Norte-Sul (em construção).

Publicação de época trazia ricos detalhes da iniciativa

Somando a isso, o Aeroporto de Cargas que estava sendo projetado para ser um dos maiores do país, com uma pista de cerca de 3 mil metros de extensão, possibilitando pousos e decolagens de aeronaves de carga de alta tonelagem.

Todos esses modais teriam, na concepção do projeto uma estrutura física para armazenamento, embalagem e distribuição.

Além de uma rede de serviços de apoio às operações.

Tudo isso disposto numa área de 726,35 hectares localizada na região Sul de Anápolis, entre as BR-153/060 e o Distrito Agro Industrial (DAIA), confrontando também com o Porto Seco e próxima do Aeroporto.

Atrasos

Conceitualmente, o planejamento da Plataforma Logística de Anápolis tinha tudo para dar certo.

Mas, muita coisa foi parando pelo caminho: o Aeroporto de Cargas não ficou pronto; a Norte-Sul, só agora está próxima de se tornar operacional e, de lá para cá, o transporte aéreo teve muitas mudanças, entre elas, a internacionalização do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia.

Mas, a verdade é que o sonho do capitão Waldyr era de fato um sonho bom, mas que não deu certo por várias circunstâncias. Em outras palavras, perdeu o timming e, hoje, o projeto, caso ainda se tenha interesse em levá-lo adiante, teria de ser todo repensado e reformulado.

Recorte da publicação da Seplan
Rótulos: capa

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