Ex-senador Teotônio Vilela foi reconhecido como cidadão goiano, com título outorgado pela Assembleia Legislativa
A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) trouxe recentemente um registro histórico sobre a passagem dos 40 anos da concessão do Título de Cidadania Goiana ao ex-senador Teotônio Vilela.
O político alagoano, pouca gente sabe, dá nome ao plenário da Câmara Municipal de Anápolis.
Mas, afinal, quem foi Teotônio Vilela?
Pegando uma “carona” no resgate histórico da Alego, diga-se de passagem, uma merecida homenagem, a história de Teotônio Vilela teve um marco que foi a bandeira da democracia.
Natural de Viçosa (AL), Teotônio Brandão Vilela nasceu em 28 de maio de 1917. Fez os primeiros estudos em sua cidade natal cursando o secundário no Colégio Nóbrega, dos jesuítas, em Recife.
Entrou na política, filiando-se à UDN, em 1948, sendo um dos fundadores do partido em Alagoas, criado em 1952. Elege-se deputado estadual em Alagoas nas eleições de 1954, exercendo mandato até 1958.
Em 1960, foi eleito vice-governador na chapa do também udenista Luiz de Souza Cavalcante, para o período de 1961-1966, quando ambos sucederam ao governador Muniz Falcão.
Em 1965, filiou-se à Arena, já no período da ditadura militar. Foi eleito senador em 1966 e reeleito em 1974.
Descontente com a Arena, Teotônio filiou-se ao MDB em abril de 1979, e em meados de junho, durante o seu primeiro discurso como oposicionista, fez duras críticas à ditadura, provocando a retirada dos parlamentares da Arena do plenário do Senado.
Teotônio tornou-se presidente da comissão mista que estudava o projeto de anistia encaminhado pelo Governo ao Congresso.
Após visitar todos os presos políticos do país, em início de agosto entregou ao presidente do MDB, o deputado federal Ulisses Guimarães, um texto substitutivo ao projeto de anistia do governo, preparado com a ajuda de juristas.
Essa matéria, conhecida por Lei da Anistia, foi aprovada pelo Congresso no dia 28 de agosto de 1979.
Devido ao câncer, que começou em meados de 1982, Teotônio desligou-se da vida política e não se candidatou a nada naquele ano.
Ainda assim, assumiu a vice-presidência do PMDB e continuou andando pelo Brasil em defesa da democracia.
Permaneceu ativo praticamente até as vésperas de falecer, em Maceió, no dia 27 de novembro de 1983. A matéria, aprovada em dois turnos pelos deputados estaduais, deu origem à Lei nº 9297, de 12 de abril de 1983, sancionada pelo então governador Iris Rezende (MDB). Teotônio receberia a homenagem, em Goiânia, em maio e morreria em novembro do mesmo ano, vítima de câncer.
O Plenário
O plenário Teotônio Vilela tem sido palco, há décadas, de debates importantes do Poder Legislativo anapolino. Inicialmente, no antigo Palácio Santana, na Praça 31 de Julho.
Em seguida, foi transferido para um dos anexos da Câmara Municipal, devido ao comprometimento de sua estrutura.
Atualmente, o plenário Teotônio Vilela está abrigado nas novas instalações da Câmara Municipal, na Avenida Jamel Cecílio, no Bairro Jundiaí.
O Plenário tem capacidade para acomodar aproximadamente 180 pessoas sentadas. É dotado de modernos sistemas de iluminação e audiovisual.
Tem espaço reservado para pessoas que se utilizam de cadeiras de roda e permite a atividade de intérpretes de libras.
As poltronas e móveis são específicos para servir à realização de reuniões de trabalho e solenidades. Conta com cabines de áudio e um estúdio, saídas de emergência, é sinalizado e de fácil acesso.