Investigações continuam no âmbito da Polícia Civil, a fim de apurar os envolvidos e para se saber quem poderia estar adquirindo essa carne de origem duvidosa
Em entrevista ao repórter Marcelo Santos da Rádio Manchester, a delegada Genia Maria Eterna refutou a informação que circula em sites e blogs, sobre a existência de uma lista de estabelecimentos que teriam adquirido carne de cavalo de abate clandestino em Anápolis.
Além disso, a titular da 1ª Delegacia de Polícia, onde o caso é investigado, informou nesta quinta-feira (13/3), que uma pessoa se apresentou como sendo a responsável pelo local onde as carnes dos animais abatidos estavam sendo processadas e estocadas.
A delegada informou que essa pessoa, assistida pelo seu advogado, usou da prerrogativa legal de não falar, portanto, ela deverá ser ouvida no âmbito do Judiciário, se for o caso. Geinia Maria também disse na entrevista que a investigação não encontrou nenhum documento e nenhuma lista de pessoas ou estabelecimentos que tenham adquirido a carne de cavalo.
Ainda na quinta-feira, a delegada esteve no Curral Municipal, onde estão os 40 animais que foram resgatados na operação que envolveu as polícias civil e militar e a secretaria municipal de Meio Ambiente, logo no começo da semana.
Essa vistoria, com a presença de um veterinário, foi para avaliar a condição desses animais e, somente depois é que eles poderão ser colocados para doação. O cantor sertanejo Zezé Di Camargo. Ele disse inicialmente, da possibilidade de ficar com cinco animais, mas pode ser um número maior que ele afirmou poder colocar em sua fazenda para cuidar.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, a fim de se apurar todos os detalhes desse caso, que ganhou repercussão nacional.
A matança ocorreu em uma fazenda que, segundo informações, pertenceria ao grupo JBS. O que não quer dizer, entretanto, que a empresa tenha qualquer tipo de participação nesse caso, mesmo porque, é uma empresa globalmente reconhecida no mercado de alimentos e que atua sob normas de regulação e padrão de qualidade.
Já o local onde funcionava o local de processamento e armazenamento funcionava em um imóvel na Vila União.
De acordo com a Agrodefesa, que também acompanhou os trabalhos, nesse local foram encontrados cerca de 790 quilos de carne, com indícios de ser de origem equina.
Local precário
A operação integrada ocorreu na manhã da última terça-feira (11/03), após a obtenção de mandado judicial, e foi realizada devido às denúncias de moradores da região, que relataram a movimentação suspeita de carnes e um forte odor vindo do estabelecimento.
Durante a ação, os fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio das Antas da Agrodefesa constataram um cenário alarmante de insalubridade: equipamentos sujos, freezers quebrados e infestação de moscas. Há indícios de que a carne era moída e utilizada na fabricação de hambúrgueres para disfarçar o sabor característico.
Todos os produtos foram apreendidos e descartados no aterro sanitário do município. Amostras de carne foram coletadas e enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, a fim de confirmar a origem.
O consumo de carne equina não é proibido no Brasil, mas as condições sanitárias inadequadas representam um grave risco à saúde pública.
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