O Porto Seco Centro-Oeste deflagrou uma ação preventiva para elevar o nível de informação e, também, fazer a identificação primária de possíveis portadores do vírus influenza A-H1N1, agente causador da “gripe suína”, para o devido encaminhamento às autoridades de saúde. O trabalho conta com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde; Vigilância Sanitária; Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério Público e Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Veículos do Estado de Goiás (SINTRAVE-GO).
A iniciativa foi lançada na última terça-feira, 7, no Centro de Convivência do Porto Seco, que recebe. em média, 150 caminhoneiros por dia. Muitos deles, transportando cargas procedentes de outros estados e mesmo de outros países como o Chile e a Argentina, que estão entre os mais afetados pelo vírus A-H1N1 na América do Sul.
O superintendente do Porto Seco, Edson Tavares, lembrou que a primeira morte causada pela “gripe suína” no Brasil foi a de um caminhoneiro (Vanderlei Vial, de 29 anos) que era de Passo Fundo-RS e, segundo relatos divulgados por agências de notícia, esteve na Argentina, onde teria sido infectado, por falta de informação. “Nós queremos fazer com que os profissionais sejam mais bem informados. Por isso, juntamente com o SINTRAVE-GO, estamos colocando um médico à disposição duas vezes por semana para não só orientar, como diagnosticar pacientes com sintomas da nova gripe e fazer o encaminhamento correto, caso necessário, para a saúde pública”, ressaltou.
O promotor de Justiça, Marcelo Henrique dos Santos, que atua na área de saúde, sugeriu, durante a reunião, a elaboração de uma cartilha com conteúdo específico aos caminhoneiros. Segundo ele, a informação é um elemento fundamental para a prevenção da “gripe suína” que, em sua opinião, “é um problema preocupante, porém não alarmante”, uma vez que as ações forem realizadas de forma correta. “Essa iniciativa do Porto Seco é elogiável”, sintetizou.
O inspetor Júlio Cézar, destacou que a superintendência da PRF já repassou orientações sobre como deve ser a atuação dos policiais ao se depararem, nas estradas, com algum caso suspeito da nova gripe. Informou, entretanto, que o efetivo que fiscaliza as estradas federais que cortam Anápolis, não conta com máscaras cirúrgicas. O superintendente do Porto Seco, Edson Tavares, antecipou que fará a doação dessas máscaras à PRF local.
A diretora de Vigilância e Saúde, Nélia Marinho de Souza Barreto, informou que a Secretaria Municipal de Saúde está reavaliando o processo de triagem, devido ao fato de que tem crescido o número de denúncias de novos casos da “gripe suína”, fazendo com que o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgências) fique congestionado. Ela ressaltou, ainda, a importância do trabalho preventivo iniciado pelo Porto Seco Centro-Oeste e observou que será dado o suporte necessário à iniciativa.
A responsável pelo posto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária na aduaneira, Taici Rodrigues, ponderou que o órgão vai intensificar a fiscalização sobre os meios terrestres, assim como está sendo feito em relação aos portos e aeroportos do País. Na reunião, um caminhoneiro que trouxe uma carga da Argentina, revelou que passou pela fronteira entre aquele país e o Brasil, sem receber qualquer tipo de informação sobre a nova gripe.
O presidente do SINTRAVE-GO, Afonso de Carvalho, considera que todo o cuidado que a categoria deve ter, é pouco, visto que a mesma é vulnerável por, muitas vezes, passar por locais considerados de riscos ou estar em localidades afetadas. E que o principal é adotar as medidas preventivas e procurar se informar melhor para minimizar esse risco.
“Gripe suína em Anápolis”
A gerente de Epidemiologia, Mara Espíndola Cardoso Araújo, informou ao CONTEXTO após a confirmação do primeiro caso da gripe suína no município (um jovem que contraiu o vírus da doença do padrasto que veio da Espanha), há cinco exames aguardando confirmação. Os pacientes, inclusive, nestes casos, já saíram do período de transmissão, que é no mínimo de 10 dias. Há 10 pessoas cumprindo período de “reclusão domiciliar”, que é voluntária.
Ainda segundo informou Mara Espíndola, está sob investigação desde a última segunda-feira, 6, um caso suspeito de uma pessoa vinda dos Estados Unidos. Esse paciente vem sendo monitorado, mas não há confirmação se está mesmo infectado com o vírus A-H1N1.
A gerente de Epidemiologia adiantou que houve alteração nos procedimentos do Ministério da Saúde, sobre o que se fazer em relação aos casos suspeitos e confirmados, que não mais serão encaminhados para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) de Goiânia. Os procedimentos serão desenvolvidos no próprio município, sendo que os casos suspeitos devem ser reportados à Secretaria Municipal de Saúde, que fará a triagem e a investigação. Para o HDT, devem ser encaminhados, apenas, os casos mais graves, envolvendo, principalmente, crianças de até dois anos de idade e idosos, com imunidade mais baixa, cujo tratamento requer maior atenção.
INFLUENZA A (H1N1)
Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória causada pelo vírus A. Devido a mutações no vírus e transmissão de pessoa a pessoa, principalmente por meio de tosse, espirro ou de secreções respiratórias de pessoas infectadas, o Ministério da Saúde traz uma série de recomendações:
Aos viajantes que se destinam às áreas afetadas:
• Usar máscaras cirúrgicas descartáveis durante toda a permanência em áreas afetadas.
Substituir as máscaras sempre que necessário.
• Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.
• Evitar locais com aglomeração de pessoas.
• Evitar o contato direto com pessoas doentes.
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
• Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.
• Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar o histórico de contato com doentes e roteiro de viagens recentes às áreas afetadas.
• Não usar medicamentos sem orientação médica.
Aos viajantes procedentes de áreas afetadas:
Viajantes procedentes, nos últimos 10 dias, de áreas com casos confirmados de influenza A (H1N1) em humanos e que apresentem febre alta repentina, superior a 38ºC, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, musculares e nas articulações, devem:
• Procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima.
• Informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.
(Fonte: Ministério da Saúde/www.saude.gov.br)