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Primeiro grava e compartilha, se der: socorre!

de Letícia Jury
27 de novembro de 2020
em Opinião
Reading Time: 3 mins read
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A espetacularização atingiu patamares que não imaginávamos! Isso mesmo, a cada dia uma surpresa, mesmo vivendo no mundo do espetáculo. Quando Glauber Rocha falou a célebre frase “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, fazendo referência ao processo criativo do Cinema Novo, ele não poderia imaginar que no século XXI, uma ‘câmera de celular não mão’ seria para promover a “banalização do mal”, expressão criada por Hanna Arendt.

Ainda neste contexto, um outro ingrediente, o que Umberto Eco definiu com maestria: “as redes sociais dão o direito à palavra a uma legião de imbecis que antes falavam apenas em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”. Ou seja, um celular na mão associado a uma rede social para compartilhar, o resultado não poderia ser mais desastroso.

Por que falo isso? Já no título resumo a ideia central deste artigo: “primeiro grava e compartilha, se der: socorre”. Quantas atrocidades temos recebido de forma passiva nos nossos celulares ou assistimos pelas redes sociais. A minha pergunta é: como a pessoa consegue gravar ao invés de gritar, ir para cima do agressor, chamar outras pessoas para impedir, acionar a polícia e tantas outras coisas que podem ser feitas para impedir a violência?

Vamos falar sobre acidentes nas rodovias? Antigamente os condutores paravam seus veículos nas estradas para ajudar as vítimas ou pedir socorro. Hoje isto é muito raro. Muitos param, mas com o objetivo de filmar ou fotografar a tragédia, que em segundos viraliza. As agressões as mulheres também são recordistas.

Recentemente um marido admitiu nas suas redes sociais (pasmem) ter espancado a esposa, publicou as marcas da agressão e fotos dela, enquanto a mesma estava dopada, em uma cama. Em Goiânia, no mês de setembro, um homem joga a ex-mulher no portal, depois no chão e a arremessa na rua; é claro sob o olhar dos vizinhos que gravaram tudo e não fizeram nada para impedi-lo. E o vídeo da mulher grávida que apanha de policiais em Rio Preto?

No caso da morte de João Alberto, a sua esposa foi a única heroína da história, tentou impedir a ação dos seguranças. Enquanto isto, uma pessoa filmava e outra funcionária do supermercado, com o objetivo de proteger a marca do estabelecimento, impedia a filmagem. E esta tendência é internacional, se lembram das imagens de George Floyd, nos Estados Unidos? Ninguém tentou impedir!

Assim as atrocidades se espalham pelas redes sociais e o pior ganham destaque nos grandes veículos de comunicação, que em nome da interatividade e da participação do telespectador na programação, aproveitam as gravações caseiras para suas programações, e confirma o que Walter Longo define como “idade mídia”, ou seja, o nosso mundo passou a ser midiatizado em proporções nunca, como eu disse no início do artigo, imagináveis.

O que poucas pessoas sabem é que no momento da omissão, ou seja, ao invés de ajudar as vítimas, o objetivo principal é gravar e compartilhar as imagens, há sanções judiciais; inclusive nos tempos atuais há muitas discussões jurídicas sobre o assunto. Mas apenas para citar o Código Penal em seu artigo 135, que trata do crime de omissão de socorro, há pena de detenção que pode chegar a um ano e seis meses.
Sim, você deve estar afirmando que “muitas filmagens são fundamentais para a comprovação de crimes”, e eu não tenho dúvida disso. O que discuto neste artigo é a “intenção de espetacularizar” ao invés de impedir diferentes formas de violência e até mortes. Me perdoe os que pensam ao contrário, mas antes de gravar eu prefiro usar mecanismos para a defesa da vítima. Isso se chama empatia e nenhuma tecnologia irá soterrar isto no ser humano.

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