Unidades da rede já estão, há cerca de 10 dias, com 100% dos leitos de UTI ocupados. Escassez de adrenalina e relaxante muscular preocupam os profissionais da área
Em entrevista a Tv Anhanguera, na manhã desta quarta-feira, 10/03, o médico e presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, demonstrou preocupação quanto ao atual cenário da saúde do estado no enfrentamento à Covid-19 e afirmou que a rede de leitos da associação já se encontra colapsada.
Segundo Helou, as unidades da rede já estão há cerca de dez dias com 100% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) ocupados. Os 23 hospitais privados da Ahpaceg, distribuídos nos municípios de Goiânia, Rio Verde, Aparecida de Goiânia, Catalão e Anápolis, estão operando com transferências internas, uma vez que os leitos de emergência são ocupados imediatamente quando vagam.
Além da falta de leitos, as unidades estão sofrendo com falta de insumos básicos como oxigênio, adrenalina e relaxante muscular. “Tem pacientes sendo entubados com pessoas segurando, amarrando. É uma coisa que você não esperava ver no século XXI”, explicou o profissional.

O médico ainda afirma que, se for levado em conta que “colapso é a incapacidade de resolver a demanda”, as unidades hospitalares da Ahpaceg já se encontram assim. Helou ainda destacou que, com base nas previsões do Centro de Operações de Emergências (COE), a situação não deve melhorar tão cedo.
“Eu tenho mais pacientes do que eu dou conta de cuidar. Mas se isso vai continuar, acredito que sim, porque nós estamos lidando com o que aconteceu duas, três semanas atrás. No COE temos vários cientistas e ele preveem que isso vai se estender por mais algumas semanas e que o pior ainda não chegou”, conclui.