O retorno tem um grande impacto na comunidade, afinal, envolve cerca de 35 mil estudantes e 3,6 mil profissionais do setor educacional
O retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino representa mais uma página de parte da história de Anápolis, desde a chegada da pandemia do novo coronavírus, que tornou a educação um dos maiores desafios para os gestores públicos, autoridades e a população em geral.
A preocupação é, de fato, recorrente. Para se ter uma ideia, em Anápolis são mais de 35 mil alunos matriculados na rede, que possui 62 escolas, 32 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e 12 CEIs (Centros de Educação Infantil).
Além disso, a estrutura da secretaria municipal de Educação conta com cerca de 3,6 mil profissionais, sendo 2 mil professores dentro desse quadro funcional.
De janeiro a abril deste ano, conforme o balanço de gestão fiscal apresentado pela Prefeitura, durante audiência pública na Câmara Municipal, os investimentos no setor de educação somaram. No período, R$ 94 milhões, representando 26,68% de comprometimento com a receita, um índice maior do que o previsto constitucionalmente, que é de 25%.
A previsão orçamentária da educação para este ano é de R$ 321,7 milhões. Um orçamento, diga-se de passagem, muito maior do que o orçamento total de dezenas de municípios goianos.
Em resumo, esse é o quadro do setor educacional do Município, que prepara para uma retomada parcial das atividades presenciais, já que ainda haverá opção aos pais que queiram manter os filhos em casa, recebendo aulas por meio remoto, por internet.
O desafio estará lançado a partir da próxima segunda-feira, 09/08, quando as escolas voltam a abrir os seus portões e as suas dependências para receberam os alunos.
A secretária municipal de Educação, Eerizania Eneas de Freitas, afirma que todos os cuidados estão sendo adotados para que o retorno ocorra “com êxito e a máxima segurança”.
Investimentos
Segundo ela, recentemente, a Prefeitura desembolsou recursos para a aquisição de equipamentos de proteção e segurança para a escola e para os trabalhadores na educação, incluindo, também, os professores. Também foram feitos reparos e adequações nas estruturas físicas das unidades escolares e a compra de uniformes para os alunos.
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Foram mais de R$ 6 milhões em investimentos, incluindo, também, o suporte para a continuidade do ensino remoto.
Juntamente com a Secretaria de Saúde, a pasta tem trabalhado para que o retorno das atividades presenciais seja cercado de todos os cuidados necessários.
Neste primeiro momento, será ainda mantido o modelo híbrido. Nas unidades de ensino, deve ser observado o limite de ocupação de 50% da capacidade e o distanciamento entre as carteiras.
Pesquisa
Eerizânia de Freitas destaca que há um desejo de todas as partes, ou seja, alunos, professores, pais e responsáveis, de se sanar os prejuízos que irremediavelmente a pandemia provocou na educação, não só em Anápolis, mas no Brasil e em várias partes do mundo.
Por todo canto, surgem, inclusive, estudos que tentam apontar os impactos da pandemia na educação dos brasileiros.

Uma dessas pesquisas foi realizada recentemente pelo Datafolha, a pedido da Fundação Lemann e do Instituto Natura. Conforme o levantamento, cerca de 94% das crianças ou adolescentes tiveram alguma mudança de comportamento na pandemia; 34% dos entrevistados disseram não ter comida suficiente para a família.
Este, aliás, foi um outro argumento apresentado pela secretária de educação do Município de Anápolis, dando conta que a volta às aulas tem também outro componente importante, que não, apenas, o pedagógico e o de socialização dos estudantes, que é a segurança alimentar. Muitos, infelizmente, têm na merenda escolar uma forma de manter a alimentação em dia.
Outros dados levantados na pesquisa, que ouviu responsáveis por mais de 2.100 crianças e adolescentes (4 a 18 anos) matriculados na rede pública ou fora da escola de todo o Brasil: – 56% ganharam peso na pandemia; – 44% se sentiram tristes; – 38% tiveram medo e 34%, mais de um terço, perderam interesse pela escola.