Joel Sant´Anna, titular da secretaria estadual de Indústria e Comércio falou a empresários anapolino sobre investimentos e acendeu o alerta sobre a reforma tributária
Foi realizado na noite da última quarta-feira, 28/6, na Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA), um painel sobre ampliação e melhorias no Distrito Agro Industrial (DAIA), com a presença do secretário estadual de Indústria e Comércio, Joel Sant´Anna Braga e o presidente da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Goiás (Codego).
O secretário classificou de “importante” o diálogo com a classe empresarial anapolina. Ele citou que Anápolis ainda mantém o segundo lugar em relação a movimentação de salários, embora não seja o maior empregador, estando atrás de Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Conforme observou, a expectativa é manter o Município na dianteira da indústria Goiânia. E, para isso, é importante a ampliação do DAIA bem como a regularização de áreas já existentes no polo fabril, que já possui um polo farmacêutico, indústria automobilística e um Porto Seco.
Durante sua participação, o secretário apresentou um vídeo demonstrando dados sobre a economia de Goiás que, hoje, tem a liderança do PIB (cerca de R$ 208 bilhões) na região Centro-Oeste e, também, na geração de empregos.
Conforme pontuou, Anápolis tem hoje um destaque nacional em relação à sua localização e condições logísticas para se prospectar negócios.
O secretário assinalou que o polo farmacêutico abrigado no DAIA recebeu, no ano passado, investimentos de cerca de R$ 1 bilhão e se consolidou como o segundo maior polo de produção de medicamentos do país.
Disse que esteve, recentemente, em Milão, na Itália, em busca de novos empreendimentos no segmento farmacêutico para o DAIA, na nova área.
Ele acredita que, se o desenvolvimento do segmento continuar forte, o polo farmacêutico poderá passar em alguns anos o polo de São Paulo, que é o maior do país, porém, com custo mais elevados.
Além do que, hoje as maiores plantas farmacêuticas estão em Anápolis, entre elas a Hypermarcas-Hypera Pharma.
DAIA
Na apresentação, ele deu um panorama sobre os distritos industriais goianos. Atualmente, o estado conta com 27 distritos, distribuídos em 23 município, sendo que Anápolis é o maior, em número de empresas e em faturamento.
Agora, o distrito será ampliado com mais 144 terrenos, numa parte do terreno da Plataforma Logística de Goiás. A secretaria, inclusive, tem 200 empresas prospectadas e que estão sendo trabalhadas para virem ocupar esses terrenos.
Hoje, o DAIA tem 150 empresas instaladas e em operação, que geram mais de 20 mil empregos diretos.
O secretário citou que, de forma complementar, o Município caminha para ter em breve o Polo Industrial Tecnológico, o Politec, que visa trazer empresas de perfil inovador e tecnológico.
Joel Sant´Anna destacou que a ferrovia Norte-Sul abrirá também um leque de oportunidades. Ele sublinhou que empresas petrolíferas já estão de olho nessas oportunidades de poder fazer o refino lá em Itaqui no Maranhão e fazer o transbordo em Anápolis.
Por fim, ele fez um apanhado acerca dos incentivos fiscais, sendo que o atual é o Pró-Goiás, que veio melhorar os seus antecessores: o Fomentar e o Produzir. Outro ponto importante, segundo ele, foi a lei do e-commerce, que traz redução do ICMS para as empresas que fazem vendas pela internet.
Reforma tributária
O secretário disse que a reforma tributária que está em discussão no Congresso Nacional, para Goiás, pode ser uma catástrofe. Inclusive, ele disse que o governador Ronaldo Caiado tem batido de frente e chamado atenção sobre a questão.
Na modelagem proposta, os estados mais desenvolvidos vão abocanhar maior fatia no bolo de impostos, do ICMS e não há uma compensação para isso.
“Esse é o maior problema que nós temos no momento”, disse.
Aeroporto de Cargas
O secretário deu explicação sobre a situação do Aeroporto de Cargas, que teve a sua cabeceira construída em cima de nascente. O projeto seria para aeronaves de grande porte, no entanto, a pista não está apta a isso devido ao seu pavimento e a questão do dano ambiental, onde está sendo investido R$ 15 milhões para a recuperação do manancial.
Para colocar em funcionamento dentro das normativas federais, será necessário buscar parceiros, como os Correios ou empresas privadas.
Codego
O presidente da Codego, Francisco Júnior, enfatizou que a companhia é uma empresa com grande capacidade de suporte para a indústria em Goiás. E falou que é fundamental ter o diálogo com o empresariado.
Ele observou que passando pelo DAIA já se percebe alguns problemas, como o da iluminação, que é um dos problemas a serem resolvidos.
O vereador Frederico Godoy, que já atuou na Codego, solicitou do presidente atenção em relação às multas aplicadas às empresas. Ele citou o caso de uma delas que recebeu um boleto de cerca de R$ 600 mil.
O secretário Joel Sant´Anna disse que já houver determinação do governador que se houver cobrança de valores retroativos, eles serão suspensos.
Ao final do encontro, o presidente da ACIA, Luiz Claúdio Ledra ressaltou a importância que esse diálogo seja cada vez maior, para a busca de soluções dos problemas da indústria anapolina.
O presidente da Codego deixou uma proposta para que essa “sintonia” seja feita de forma mais programada para o acolhimento das demandas por que mais as conhece, que são os próprios empresários e estabelecer critérios com clareza e sem privilégios. “Estamos todos do mesmo lado”, frisou.