Prédio da Praça 31 de Julho (Câmara), Estádio Jonas Duarte e Anel Viário do DAIA já produziram muitas notícias ruins para a cidade
Anápolis caminha para virar a página da história de obras que, ao longo dos últimos anos, contribuíram para produzir uma imagem negativa da cidade.
A mais emblemática e mais problemática destas obras é, sem dúvida, a obra do prédio da Praça 31 de Julho, que seria destinado à Câmara Municipal.
Parada desde 2014, devido a uma sequência de erros de projetos de arquitetura, engenharia e na própria execução, essa obra foi notícia pelos quatro cantos do Brasil e rotulada como uma espécie de “elefante branco”.
De novo, anel viário do DAIA tem obras retomadas
Os problemas se avolumaram de tal forma, que a obra acabou judicializada, complicando todos os esforços para a sua retomada.
Quando foi iniciada, a previsão era de que ali seriam gastos R$ 17 milhões. As informações dão conta que, desse total, a Prefeitura, na época, chegou a desembolsar cerca de R$ 7 milhões.
E ali, em pleno centro da cidade e diante do viaduto que tem no alto a bandeira de Anápolis, a obra permaneceu assim, paralisada, por 8 anos.
Agora, finalmente, a Prefeitura irá retomar a obra e transformar o “esqueleto” em um novo Centro Administrativo, que vai abrigar alguns órgãos da municipalidade.
Ainda não é oficial, mas o local deve abrigar as secretarias de Educação e de Saúde, bem como o Gabinete Municipal.
A empresa que venceu a licitação, a Gonar Engenharia Ltda, apresentou a melhor proposta de preço, no valor de R$ 24,4 milhões. O contrato prevê 450 dias para a execução do serviço.
Quem passa pela Avenida Brasil, já vai notar uma movimentação no local, para a instalação do canteiro de obras.
A nota ruim do final desse imbróglio todo que envolveu o prédio da Praça 31 de Julho, é que o Palácio Santana, antiga sede do Poder Legislativo, sofreu abalos sérios na sua estrutura e será demolido.
O prédio histórico data de 1973, na época em que a cidade tinha Henrique Santillo como prefeito. O local, inclusive, foi sede do Poder Executivo e na década de 1980, foi repassado à Câmara Municipal.
Quando a obra ao lado começou, uma parte onde funcionava o plenário teve de ser demolida. E a estrutura, que já era precária e antiga, acabou sendo abalada de forma irreversível.
Após a demolição, o local abrigará um estacionamento de veículos para o novo Centro Administrativo.
Infelizmente, muita história ficará perdida nesta demolição. Mas, por outro lado, a retomada da obra da Praça 31 de Julho dará funcionalidade e uma nova e boa imagem daquilo que foi símbolo do mau gasto de dinheiro público. Que fique para trás essa história.
Estádio
No início da semana, a Prefeitura de Anápolis publicou no Diário Oficial um decreto dispondo sobre a dispensa de licitação para a retomada e a conclusão da ampliação do Estádio Jonas Duarte.
Essa obra, anunciada em 2013 e iniciada dois anos depois, em 2015, foi também “vítima” de erros de projetos e de execução.
O fechamento do anel de arquibancada do principal “templo” do futebol anapolino, começou a ser levantado e ia tudo bem, até se descobrir que não havia degraus para os assentos. Foi projetada como uma rampa ou uma espécie de “tobogã”, como já foi mencionado pelo prefeito Roberto Naves.
Assim como aconteceu com o prédio da Praça 31 de Julho, foram várias e várias tentativas para fazer a retomada dessa obra.
Sem alcançar êxito nas licitações, o último recurso foi esse agora, de fazer a dispensa, em razão de que, como está, a obra do estádio pode representar mais gastos e o que é pior, por em risco a segurança do local.
A expectativa é de que, em breve, os serviços sejam iniciados para que, enfim, essa página de história negativa seja também virada.
Anel Viário
Na última quarta-feira, 14, foi iniciada a retomada da obra do Anel Viário do Distrito Agro Industrial de Anápolis (DAIA). Outra obra emblemática e problemática.
De responsabilidade do Governo do Estado, a obra foi iniciada em 2014. De lá para cá, os serviços foram paralisados dezenas de vezes, também, por erros grosseiros de projetos e execução, principalmente, em relação ao sistema de drenagem.
A obra foi também judicializada e teve várias tentativas de licitação para a retomada frustradas.
Lá atrás, em 2014, a obra tinha o valor estimado em R$ 11 milhões. Além dos erros na execução, ainda teve no meio do caminho, investigações de desvio de recursos públicos.
No último dia 2/9, foi publicado a homologação da concorrência pública aberta pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) para a retomada e a finalização da obra.
A empresa vencedora do certame foi a CNB, que terá prazo de 10 meses para concluir a obra que há 8 anos é só dor de cabeça e, também, uma imagem negativa de malversação de dinheiro nosso, do contribuinte.