Jogador foi proibido de jogar futebol profissionalmente e condenado a pagar multa de R$25 mil por tentar aliciar outros atletas no esquema de manipulação de jogos
Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como Romário e que atuava pelo Vila Nova (GO), conhecido como Romário, foi permanentemente banido do esporte pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta segunda-feira, 29. Ele foi acusado de envolvimento em um esquema de manipulação de jogos de futebol para beneficiar apostadores. Essa é a primeira punição decorrente do escândalo de apostas revelado por uma investigação do Ministério Público de Goiás.
Outro ex-jogador do clube goiano, Gabriel Domingos, também foi acusado de envolvimento no mesmo esquema. Ele recebeu uma suspensão de 720 dias e foi condenado a pagar uma multa de 15 mil reais. Ambas as penas podem ser contestadas por meio de recursos.
Esses dois jogadores são os primeiros a serem punidos na esfera desportiva em relação ao esquema de manipulação. Após a revelação do esquema, eles deixaram o clube goiano. As investigações da operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás, indicam que o esquema envolve jogadores de outros times e estados.
De acordo com as investigações, durante a última rodada da série B do ano passado, Romário teria combinado de cometer uma falta intencional na partida do Vila Nova contra o Sport. No entanto, como não foi relacionado para o jogo, ele tentou aliciar outros atletas.
Em seu depoimento virtual ao STJD, o jogador admitiu que o que fez foi extremamente errado, mas negou que seu objetivo fosse prejudicar o futebol como um todo.
Penalidade Máxima
O Ministério Público já realizou duas fases da operação Penalidade Máxima. Na primeira fase, foram denunciados 15 jogadores, além de apostadores e membros da quadrilha.
Segundo os investigadores, os supostos crimes ocorreram em pelo menos 13 partidas de futebol, incluindo oito disputadas no Campeonato Brasileiro de 2022. Jogadores de clubes como Santos, Juventude e Cuiabá estão entre os acusados.
Os promotores alegam nos documentos de acusação que uma quadrilha criminosa pagou jogadores para cometer infrações durante as partidas. O grupo então realizava apostas nesses jogos e obtinha lucros quando as manipulações ocorriam. Os promotores afirmam que o grupo oferecia pagamentos de até 500 mil reais aos jogadores.
As apostas esportivas são legais no Brasil desde 2018, quando o país permitiu jogos de azar online. Desde então, o setor tem crescido significativamente, e os anúncios de casas de apostas são frequentemente destacados antes, durante e após as partidas de futebol.
Atualmente, o governo brasileiro está preparando uma medida provisória para regular e tributar o setor de apostas esportivas no país.