A idéia de implantar um sistema de estacionamento rotativo rápido na Rua Barão do Rio Branco – onde há mais de dois anos está expressamente proibido parar e estacionar na via, que abriga um dos mais importantes e tradicionais eixos do comércio – pode ganhar força a partir de uma nova rodada de negociações entre os comerciantes e o prefeito Antônio Gomide, que já havia sinalizado disposição de encontrar uma solução para o impasse. Inclusive, o chefe do Executivo havia acordado anteriormente que uma medida experimental seria testada ainda neste mês de outubro.
Na última quarta-feira,28, o diretor da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), tenente Edson Peres Dourado, falou sobre o assunto durante a reunião ordinária da Associação Comercial e Industrial (Acia), onde dezenas de comerciantes da Barão do Rio Branco estiveram presentes. Segundo ele, de fato o prefeito Antônio Gomide cobrou a medida experimental. No entanto, a mesma não foi adotada por deficiência na fiscalização. Atualmente, a CMTT dispõe de um corpo de apenas 22 agentes de trânsito. Mas está com um processo seletivo em andamento para contratar 50 novos agentes. Entretanto, as provas do concurso vão acontecer no dia 13 de dezembro. Ainda haverá um tempo de treinamento e só então o efetivo estará pronto para ir às ruas, o que só deve ocorrer em janeiro ou fevereiro do ano que vem.
O ex-presidente da Acia, Sultan Falluh, um dos porta-vozes dos lojistas da Barão, defendeu que haja um ajustamento de conduta para que uma medida emergencial seja adotada no final de ano, devido a movimentação do comércio com o Natal e Ano Novo. “A situação do comércio na Rua Barão está crítica, em apenas um quarteirão já temos quatro lojas fechadas”, disse, acrescentando que após essa medida emergencial, seja debatida uma solução definitiva. A idéia predominante entre os empresários é que eles estão pagando alto uma conta para aliviar o caos no trânsito, que é uma questão bem mais abrangente e não está ligada apenas à liberação do estacionamento da Barão do Rio Branco. “A Barão parece uma outra parte da cidade, com o trânsito fluindo, mas logo abaixo da Praça Santana, já está tudo congestionado”, emendou o empresário Air Ganzarolli, observando que está se verificando um aumento da velocidade e o tráfego de caminhões na Rua Barão. “Ou seja, não está resolvendo o problema do trânsito e está penalizando centenas de empresas que estão há vários anos gerando muitos empregos”, salientou.
Frota
Drama maior foi relatado pelo empresário Oribaldo Ribeiro, proprietário do Hotel Central, que está perdendo a clientela devido porque não há liberação de vaga onde os mesmos possam descarregar as suas bagagens. Alguns clientes, conforme foi relatado, foram multados pela fiscalização e até sofrido agressões verbais por parte dos agentes de trânsito. Fato este que o diretor da CMTT considerou grave e solicitou que denúncias dessa natureza devem ser formuladas por escrito e, se possível, com testemunha, para que seja instaurado procedimento administrativo contra o agente que esteja agindo de forma abusiva.
Ao final da reunião, ficou acordado que a proposta será encaminhada ao prefeito Antônio Gomide e deve ser discutida numa reunião com data a ser agendada. O presidente da Acia, Ubiratan da Silva Lopes, ressaltou que o importante é que está havendo disposição de ambas parte em encontrar uma saída.
O diretor da CMTT afirmou que a Prefeitura de Anápolis quer fazer uma intervenção mais ampla, através do Plano de Mobilidade Urbana. Enquanto isso, são trabalhadas as questões pontuais para minimizar os problemas que estão surgindo com o crescimento acelerado da frota de veículos, hoje de 156 mil.