Uma pitadinha de sal é capaz de realçar o sabor de qualquer alimento, até mesmo os doces. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, o sal é um exemplo de produto alimentício fabricado pela indústria e extraído da própria natureza. Sendo um dos temperos mais básicos e antigos da culinária, seu papel principal é tornar a preparação mais saborosa e agradável ao paladar.
Do mocinho ao vilão, o sal precisa ser utilizado com moderação para que essa relação seja benéfica. Na medida certa, ele é capaz de garantir deliciosas refeições. Enquanto que o excesso pode causar diversos problemas de saúde, como insuficiência renal, acidentes vasculares cerebrais (AVC, ou derrame) e hipertensão.
É justamente sobre o consumo de sal por parte da população brasileira que trata um estudo inédito feito pela Pesquisa Nacional de Saúde, em 2013 e 2014, e conduzida pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os dados foram obtidos a partir de análises biológicas (sangue e urina) extraídas de 9 mil brasileiros. Segundo os resultados desses exames laboratoriais, os brasileiros consomem, em média, 9,34 gramas de sal por dia. Valores que correspondem a quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 5 gramas.
O estudo mostrou ainda homens e jovens estão entre os que mais consomem sal, mas apesar desse destaque, o consumo é elevado de forma generalizada na população brasileira, abrangendo todas as faixas etárias e níveis de escolaridade.
O risco de uma pitada extra

Pesquisa da Fiocruz reforça que o consumo excessivo de sal é um dos indicadores mais preocupantes, visto que ele está associado à hipertensão, causa direta e indireta de várias outras doenças crônicas, como as cardiovasculares e renais.
A redução do sal na alimentação tem potencial para diminuir uma grande fração de mortes prematuras e aumentar, consideravelmente, a expectativa de vida saudável na população brasileira, explica Célia.
Xô, ultraprocessados!

Salsicha, biscoito, chocolate, macarrão instantâneo, salgadinho chips, refrigerante: alimentos ultraprocessados são cheios de cores e sabores que os tornam super atraentes. Mas saiba que é bem essa a intenção da indústria alimentícia! Segundo o Guia Alimentar, é comum que os ultraprocessados apresentem alto teor de sódio, por conta da adição de grandes quantidades de sal, necessárias para estender a duração dos produtos e intensificar o sabor, ou mesmo para encobrir sabores indesejáveis oriundos de aditivos ou de substâncias geradas pelas técnicas envolvidas no ultraprocessamento.
Além do sódio, eles muitas vezes são ricos em açúcares, gorduras e calorias. O problema é: esses produtos são hiperpalatáveis, ou seja, extremamente saborosos e capazes de “viciar”. O formato em que eles são comercializados também é um problema, pois reduz nossa percepção da quantidade consumida, o que favorece a ingestão excessiva e consequentemente o desenvolvimento de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.