A entrevista concedida pelo prefeito Roberto Naves ao Jornal CONTEXTO, rendeu um capítulo à parte, nas questões ligadas ao setor da saúde que, conforme ele mesmo fez questão de frisar, é o mais complexo e difícil, porém, é o que traz mais realizações.
Vander Lúcio Barbosa/Nilton Pereira/Claudius Brito
“Temos um sistema que hoje é muito melhor do que o que nós pegamos em 2016. Antes do nosso governo não tinha pediatria. Anápolis é a única cidade do Centro-Oeste que tem uma UPA pediátrica. Nós temos um hospital com centro cirúrgico municipal. Nós não tínhamos, o Hospital Municipal não tinha centro cirúrgico que funcionava. Hoje fazemos milhares de cirurgias com o Hospital Alfredo Abrahão”, destacou Roberto. Ele indagou como era para as pessoas que queriam marcar uma consulta e lembrou, respondendo, que as pessoas tinham que acordar 4, 5 horas da manhã e ir para a Regulação no Centro para pegar uma fila e ser atendido uma hora da tarde, sem café da manhã e às vezes sem almoço.
“Hoje todo mundo faz isso através do Whatsapp”, frisou.
“Quando se fala em saúde, se a gente fosse distribuir responsabilidades, a responsabilidade do prefeito seria só dos postos de saúde. Alta complexidade não é responsabilidade do prefeito, mas nós entendemos que tudo que afeta a vida da população é responsabilidade do prefeito Roberto Naves. E o próximo prefeito vai ter uma visão diferente? Aí é com ele. E o que eu posso dizer é que nós temos a melhor saúde do estado de Goiás”, ressaltou chefe do Executivo.
Ainda de acordo com o prefeito, havia um problema crônico com as pessoas que trabalhavam, porque quando elas chegavam à noite sentido alguma coisa, com dor de cabeça ou febre, todos tinham de correr para a UPA.
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“Nós criamos a Unidade Básica de Saúde de horário estendido e conseguimos dar vazão a esses pacientes que lotavam a UPA. Mas nós sabemos que ainda temos problemas e gargalos. E posso citar para vocês: como todo atendimento da atenção básica é agendado, nós precisamos melhorar algumas situações que estão ficando represadas. Então, nós vamos ter novidades para o ano que vem. Outra coisa é o atendimento onco-hematológico. O dinheiro que o Governo Federal repassa não viabiliza o atendimento. Então, ninguém quer fazer. Assim a Prefeitura tem que colocar dinheiro para complementar”, assinalou.
assinalou Roberto
Porém, observou que nos últimos 12 meses o governo também retirou dinheiro dos municípios. “Então, como é que essa conta fecha?”
“Temos problemas, mas estamos trabalhando para resolver. Em março nós vamos inaugurar o segundo Hospital Municipal. Não tinha nenhum. Mesmo a gente tendo assumido a Prefeitura com mais de R$ 200 milhões precatórios para pagar, sem pagar o ISSA, com a Central Farmacêutica zerada. E, mesmo com a pandemia que nós pegamos, olha só o quanto a gente evoluiu. Eu gosto e quero ser cobrado para a gente melhorar. E qual a frase que uso para meu secretariado: -Todo dia que a gente for colocar a cabeça no travesseiro, temos de ter a certeza de que o hoje foi melhor que o ontem e temos a obrigação de que o amanhã seja melhor que hoje”. Não podemos parar de evoluir.

Avaliação
Ao ser questionado sobre o que terá valido mais à pena nos seus dois anos de mandado, o prefeito foi enfático:
“A saúde, mesmo sendo o maior problema. E sabe por quê? A UPA Pediátrica nós criamos com uma experiência traumática que nós tivemos, de quase perder uma filha por nós não tínhamos aqui em Anápolis o atendimento pediátrico necessário e ela quase chegou morta em Goiânia. Meu pai morreu, como todos sabem, após um assalto. Ele teve o atendimento médico, mas o aparelho de raio-x estava quebrado e não se sabia onde a bala estava. Então, tenho confiança de que nós conseguimos melhorar muito a saúde. Mesmo com todos os problemas, ela é uma saúde mais resolutiva e é muito mais humanizada. Então, isso é uma coisa que a gente se orgulha. A saúde é uma coisa que está ligada diretamente à vida”.
Ele lembrou que na pandemia, Anápolis uma das únicas cidades que conseguiu cuidar de todos os seus pacientes sem precisar de mandar nenhum para fora.
“Nós não tivemos óbito relacionado à falta de leito. Então, vou agradecer muito a Deus a oportunidade de estar prefeito de Anápolis e agradecer muito a população e a todos que participaram de tudo”.

Leblon
Por fim, houve questionamento acerca da nova unidade do Leblon e sobre o que será feito no antigo Hospital Municipal.
“O Hospital Municipal vai ser todo reformado e ali vamos ter um centro de exames diagnósticos. Temos até uma conversa que tivemos com o Vander na APAE e essa conversa continua, para que tenhamos ali um centro diagnóstico municipal. No Leblon, o principal objetivo é ter ali um centro de internação para podermos desafogar a UPA e girar ainda mais as cirurgias no Alfredo Abrahão”, disse.
Ele destacou também que tem conversado com a secretária de Saúde, Eliner Rosa, sobre ter ali, que tem uma estrutura muito grande, uma estrutura para o atendimento da mulher, porque hoje a estrutura que a gente tem no Cais Mulher não é aquilo que a ele e a equipe querem para a cidade.
“E a mulher é o grande foco que nós temos para a saúde em 2024. Ou nós vamos fazer um acordo tanto com a Maternidade Dr. Adalberto e a Santa Casa para poder absorver esse atendimento e lá no Cais Mulher fazer uma Unidade Básica de Saúde. Então, tudo isso estamos discutindo e vamos definir até o dia 31 dezembro, porque em marços vamos inaugurar o Leblon e isso tem de estar tudo pensado” finalizou.

