A competição contava com 66 times, com Anapolina e Anápolis se enfrentando duas vezes no decorrer do torneio
A rivalidade futebolística em Anápolis surgiu em meados da década de 50, quando Galo e Rubra, da maneira que conhecemos hoje, começaram a se enfrentar. A disputa de ambas equipes sempre foi ferrenha e impulsionada por suas torcidas. Em território regional, os clássicos costumeiramente acontecem, mas no âmbito nacional o embate entre Anápolis e Anapolina aconteceu em ocasiões seletas.
O Brasileirão da Série C de 1998 marcou o último encontro dos rivais em nível nacional. Com 66 times, a competição se dividia em grupos de seis clubes em cada, prezando pela proximidade territorial. Galo e Rubra marcaram presença no Grupo 5, que contava com Goiânia, Alvorada e Palmas. Outro integrante da chave era o Itumbiara, que acabou eliminado por não pagar as taxas de arbitragem.
Com apenas dois se classificando, a dupla da Manchester goiana mostrou seu potencial. A Anapolina foi dominante no grupo (seis vitórias, um empate e uma derrota), se classificando em 1º e, mesmo com dois jogos a menos, finalizando a 1ª fase com o segundo melhor ataque da competição. O Galo da Comarca também fez seu papel e avançou na vice-liderança do chaveamento.
Além de terem presenciado a classificação de seus times, a torcida também assistiu aos dois clássicos que a fase de grupos trouxe ao Jonas Duarte. No primeiro, para mais de dois mil torcedores, a Anapolina saiu vitoriosa com gol de único de Aílton na segunda etapa. O Anápolis ainda viu Serginho ser expulso pouco depois do tento, dificultando a vida do Galo e determinando o resultado da partida.
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Para a partida do returno, o Tricolor deu o troco no rival, impondo a primeira derrota na competição para a Rubra. Quem saiu na frente foi o próprio Anápolis, com gol do meia Sabino, ainda na etapa inicial. A Xata até buscou o empate com Bête, mas dois minutos depois o Galo voltou a figurar na frente e manteve o placar inalterado: 2 a 1. Cristiano Formiga foi o autor do tento.
Os rivais seguiram adiante na competição, com a Anapolina avançando no topo do Grupo, e o Anápolis logo atrás. A jornada do Galo da Comarca na Série C parou apenas na 3ª fase da disputa, quando enfrentou o São Caetano e saiu derrotado por 4 a 1, no placar agregado das duas partidas. Antes da derrocada, havia eliminado o América de São José do Rio Preto.
A Rubra, no entanto, foi ainda mais adiante no torneio nacional. Com seu ataque fulminante, deixou Comercial-MS, América-RJ e o Esporte Limoeiro-CE pelo caminho e garantiu seu espaço no quadrangular final. Além da Anapolina, a última etapa da Série C contava com Avaí, Itabaiana e o algoz do Galo, São Caetano.
Mesmo com o melhor ataque da competição, principalmente por contar de Fabrício e Aílton em fases iluminadas, a Anapolina passou quatro dos seis jogos sem marcar gols. Sofreu no Jonas Duarte diante de São Caetano, que derrotou a Rubra por 2 a 0, e Avaí, que buscou empate nos acréscimos por 3 a 3.
A Xata ainda chegou com chances de garantir o acesso, mas viu o São Caetano confirmar a última vaga. O Avaí se sagrou campeão da Série C de 1998. A Anapolina teve de se contentar com o bronze na classificação geral da competição, enquanto o Anápolis terminou em 15º. Apesar dos pesares, os rivais protagonizaram grande torneio nacional. O último no qual disputaram juntos.