Boletins epidemiológicos apontam aumento de casos das chamadas arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegytpi
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) está alertando os municípios goianos para que adotem medidas de controle ambiental e químico para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como a dengue, zika e Chikungunya.
Um dos motivos para o alerta é com relação à febre chikungunya. Dados do último boletim epidemiliológico da SES-GO registram 726 casos notificados este ano (até a semana 39), com um aumento de 168% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram apontadas 270 notificações.
Os casos confirmados este ano somam 306, com presença em 24 municípios goianos, inclusive, a presença autóctone, que é quando ocorre a transmissão local do vírus.
Em Anápolis, o boletim registra um caso notificado e um confirmado de chikungunya.
Por apresentar sintomas muito debilitantes e maior risco de sequelas, principalmente nas articulações, a doença é motivo de preocupação das autoridades sanitárias.
“O engajamento de toda população no combate aos focos do mosquito é importante. Assim como a dengue, a chikungunya pode levar a quadros graves de internação e óbito”, reforça Flúvia Amorim.
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A chikungunya também é transmitida pela picada do Aedes aegypti. Por ter uma transmissão bastante rápida, é necessário ficar atento a possíveis criadouros do mosquito e, assim, eliminar esses locais para evitar a propagação da doença, que pode causar sequelas como dores crônicas nas juntas por longo período de tempo.
A transmissão da mulher grávida para o feto só ocorre quando a mãe fica doente na última semana de gravidez. Nesse caso, mesmo que nasça saudável, a criança deve permanecer internada por uma semana, para observação e tratamento imediato, caso desenvolva a doença, que pode levar a quadros graves, com manifestações neurológicas e na pele. Também existe transmissão por transfusão sanguínea.
Sintomas
Após a picada do mosquito, o vírus entra na pele e na corrente sanguínea. Após a replicação inicial nos fibroblastos dérmicos, se espalha pela corrente sanguínea, atingindo o fígado, músculos, articulações, baço, nódulos linfáticos e cérebro.
A doença é caracterizada por febre alta – acima de 39 graus – frequentemente acompanhada de dor nas articulações e mialgia, além de erupção cutânea, que pode variar de leve e localizada a uma erupção cutânea extensa envolvendo mais de 90% da pele.
A dor nas articulações costuma ser muito debilitante e, geralmente, dura alguns dias, mas pode se prolongar por semanas, meses ou até anos. Outros sinais e sintomas comuns incluem inchaço nas articulações, dor de cabeça, náuseas e fadiga. Ao apresentar tais sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento.
Zika
Conforme os dados da SES-GO, este ano, até a semana 39, são 80 casos de notificação de zika vírus. Número menor que as 258 notificações registradas no mesmo período de 2020.
Já os casos confirmados até agora somam 9. No ano passado, na mesma comparação, foram 12 registros no Estado.
Anápolis tem apenas 1 caso notificado registrado no painel de acompanhamento da secretaria. Não há nenhuma caso confirmado de zika em gestante no Estado.
Dengue

Em relação à dengue, o boletim da SES-GO, referente à Semana 41 (03/01/2021 a 16/10/2021) registra 39.924 casos confirmados este ano, com redução de 26,29% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram apontados 54.163 casos confirmados.
O número de notificações na semana 41 soma 60.902, contra 81.682 em 2020, com redução de 25,44%.
Anápolis, conforme os dados da secretaria, tem este ano, até a semana 41, um total de 3.573 notificações. No ano passado, no mesmo período, foram 6.781. Portanto, uma queda de 47,31%.
Porém, no Município, são contabilizados 3 óbitos confirmados no período. No ano passado, houve registro de 1 óbito. Em todo o Estado, são 20 óbitos confirmados e há 10 casos suspeitos em investigação.
Os municípios com maior número de notificações de dengue, são: Goiânia (7.696); Aparecida de Goiânia (6.587); Cristalina (3.609); Anápolis (3.573) e Formosa (3.370).
Alerta
I – PARA OS ÓRGÃOS DE SAÚDE PÚBLICA:
- 1. Controle químico: nos locais de permanência dos casos suspeitos e confirmados, em seu período de viremia, intensificar as ações de controle químico realizado pelos agentes de saúde, por meio de nebulização de inseticidas por bombas costais e/ou por bombas veiculares (fumacês) e aplicação de larvicidas.
- Obs: O novo inseticida, Cielo, deve ser nebulizado por bomba costal fora do domicílio, observando-se a distância recomendada pelo fabricante para a aspersão do produto.
- 2. Fiscalização sanitária de pontos estratégicos: borracharias, lavajatos, ferros-velhos, cemitérios, depósitos e empresas de recicláveis, depósitos de lixo.
- 3. Manejo ambiental: intensificar as ações de limpeza urbana regular, por meio da coleta de lixo, e os cuidados com a limpeza de praças, logradouros e prédios públicos.
- 4. Ações de controle mecânico: destruição e limpeza permanente de recipientes para impedir o acúmulo de água e criadouros do mosquito.
- 5. Comunicação do risco por meio de canais de comunicação existentes no município.
II – AÇÕES PARA A POPULAÇÃO EM GERAL:
- 1. Acondicionamento adequado do lixo doméstico.
- 2. Limpeza do imóvel: quintal, calhas, piscinas.
- 3. Manter cobertos os reservatórios de água: caixas d’água, cisternas, fossas, outros reservatórios.
- 4. Ações de controle mecânico: destruição e limpeza permanente de recipientes para impedir o acúmulo de água e criadouros do mosquito. (Com informações da SES-GO)