Indicadores de vendas registram aumento de 30% nos primeiros oito meses de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado
Uma pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi, encomendada pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), revelou que a vontade do brasileiro em ter um imóvel próprio aumentou nos últimos dois anos.
Na consulta realizada em 2019, 65% dos entrevistados manifestaram desejo de ter a própria casa. Um ano depois, esse percentual é de 78%. Índice superior a outras opções da pesquisa, como uma boa educação ou um plano de saúde.
Quando a pandemia começou, o setor da construção civil demonstrou preocupação, uma vez que, naquele momento, era impossível prever suas consequências econômicas. A doença, até então desconhecida, não tinha cura ou tratamento eficaz e atingia cada vez mais pessoas, colocando em xeque a estrutura econômica do país.
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Entretanto, em Anápolis, o setor imobiliário, embora tenha lá atrás passado por um período de dificuldades, como aliás, ocorreu por todo o País, já exibe claros sinais de recuperação.
Segundo o presidente da Associação das Imobiliárias de Anápolis (AIA), Karim Kozak, a cidade viu crescer em 30% o volume de vendas nos primeiros oito meses desse ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. Karim explica que os dados foram obtidos junto aos cartórios de registro de imóveis.
“São números confiáveis, obtidos junto aos cartórios da cidade e que mostram nitidamente o crescimento desse mercado”, afirma ele.
Reação
Os dados mostram que a reação começou no 2° semestre do ano passado, quando houve uma melhora significativa nas vendas, e que seguiu até o primeiro semestre deste ano. “Os lançamentos imobiliários tiveram excelente comercialização no início deste ano de 2021 devido ao represamento de vendas que aconteceu nos meses iniciais da pandemia”, explicou Kozak.
Em Anápolis, os momentos iniciais da pandemia e sua continuidade em 2020 trouxeram consequências, com a queda das vendas. Não havia imunizantes para a Covid-19 e uma parte da população perdeu renda.
Conforme informações repassadas pela AIA, a retração foi inevitável, mas a entidade reforça que o setor vive novo momento. Segundo Karim Kozak, o início da vacinação resultou em mais tranquilidade e esperança em dias melhores.
Setor estratégico
Formada por uma extensa cadeia produtiva, além de impulsionar toda a economia, a construção civil também cumpre importante missão como instrumento de inclusão e transformação social em virtude de sua elevada capacidade de geração de renda e emprego, sendo assim um setor estratégico para a economia.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) informa que a cada real investido na construção de uma habitação representa investimento total de R$ 2,46. Para tal resultado são considerados os efeitos no próprio setor, na cadeia de suprimentos (indiretos) e nos demais setores da economia (induzido).
A CBIC reforça que os efeitos positivos da construção civil ultrapassam a fase de obra. Encerrado o ciclo de edificações e entregue as chaves a construção civil residencial é capaz de gerar mais 36% dos valores das moradias em termos de demanda para os diversos setores da economia, incluindo a própria construção.
Novo cenário
A Lugasa, construtora que desenvolve projetos voltados para os segmentos A e B, observa um aumento significativo na procura por seus produtos. “Tivemos um momento inicial de preocupação por causa da pandemia. Em 2020, a procura por imóveis teve uma desaceleração. Era um cenário desconhecido, muitos tinham medo de investir”, avalia Mounir Naoum Filho, fundador da empresa.
O empresário repercutiu os dados da Associação das Imobiliárias de Anápolis, confirmando o bom momento do setor. “As informações confirmam o que estamos experimentando nas vendas dos imóveis Lugasa. O aumento da procura tem crescido à medida que a confiança na recuperação econômica aumenta e isso nos anima a continuar investindo em novos projetos”, destaca ainda Mounir.
Recuperação econômica
Outra empresa do ramo, a Engecom, também vive um bom momento. Seu fundador, Arnaldo de Pina, inclusive, comemorou a notícia de que Anápolis zerou as internações por Covid-19.
“Vínhamos de uma situação de cinco anos com PIB negativo na contrução civil, quando em 2019 registramos crescimento de 2%. Foi tomar fôlego e estourar a bomba da pandemia. Agora, com esse problema cada vez mais fraco, acreditamos que a economia melhore para o setor, inclusive com uma demanda reprimida por causa dessa crise”, analisa ele.
Segundo Arnaldo, a Engecom conseguiu atravessar o período sem demissão de funcionários, lançando no ano passado o empreendimento Monte Hermon e, agora, tem a comercialização do edifício Genesis pela frente.
“Mesmo com o aparecimento de variantes do vírus, acredito que o mercado imobiliário não vai parar de crescer a partir do primeiro semestre de 2022. Já temos vários lançamentos preparados e queremos que essa previsão se concretize”, declarou.