O complexo industrial farmacêutico de Anápolis registrou, em 2023, a perda de 1050 colaboradores, dos mais diferentes níveis e em diversas empresas.
Foi a primeira baixa no volume de funcionários dos últimos dez anos. A informação é do Presidente Executivo do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás, Marçal Henrique Soares, durante entrevista ao programa “O X da Questão” na Rádio Imprensa 104,9 FM, na última segunda-feira, 19.
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Para Marçal Henrique, os números acenderam o sinal de alerta no setor, principalmente no ponto de vista da empregabilidade. Segundo ele, passado o momento agudo da pandemia da covid-19, caiu, também, o consumo de medicamentos. Além disso, 2023 foi um ano atípico, muito quente, o que inibiu o aumento de patologias, principalmente as doença relacionadas ao aparelho respiratório. Tudo isso contribuiu para uma menor demanda de medicamentos.
De acordo com o executivo, são múltiplos os fatores dessa perda, dentre eles, o crescimento da concorrência. “Outras cidades e outros estados entraram, também, no ramo dos medicamentos genéricos, segmento que tem sido o carro chefe do ramo em Goiás nos últimos anos, muito particularmente, em Anápolis, cidade tida como a terra dos genéricos”.
Marçal disse que não se trata de crise de emprego e, sim, de reordenação de mercado, readaptação ao atual contexto. “Os laboratórios estão produzindo o mesmo volume, ou, até, mais, com um menor contingente de colaboradores. Isto, devido à aquisição de equipamentos mais modernos e mais produtivos. É a realidade do mercado. O que resta aos trabalhadores do setor é buscarem o aprimoramento, a qualificação, para enfrentarem os desafios que, inevitavelmente, virão a seguir”, alegou Marçal Henrique.
Sobre o aumento da concorrência na indústria farmacêutica de medicamentos genéricos, Marçal Henrique Soares disse que é um processo natural e que não há como fugir da realidade. O que precisa acontecer e, já tem acontecido, é uma reação do atual complexo, com a busca de novas opções e a oferta de produtos diferenciados. “Aqui em Anápolis, por exemplo, já tem, pelo menos, um, laboratório que iniciou o processo de fabricação de medicamentos com insumos biológicos, uma aposta que tem tudo para dar certo”, justificou. Sobre o comportamento do mercado, Marçal Henrique Soares disse que não há com o que se preocupar em termos de oferta de remédios. Mesmo com o recrudescimento da dengue e o aumento nos casos de covid-19, há estoque garantidor e estrutura para se aumentar a produção, caso seja necessário.