Quase às vésperas do Natal, uma data carregada de simbolismos e de fé, um emocionante depoimento foi dado por Tânia Borges, mãe da publicitária Polyanna Arruda Borges Leopoldino, que foi vítima de um crime brutal ocorrido no dia 23 de setembro de 2009, quando ela tinha apenas 26 anos de idade.
O depoimento, dado na manhã desta terça-feira, 22/12, durante entrevista concedida por ela ao jornalista Lucivan Machado, da Rádio Manchester, é como se fosse um presente dado a todos aqueles que passaram por alguma situação de morte violenta na família ou, mesmo, para quem encontra numa morte trágica, uma explicação para a vida de quem foi e de quem segue nela.
Tânia Borges contou com detalhes os horrores passados pela sua filha, quando ela chegava para dar uma palestra para estudantes na PUC-Goiás, em Goiânia, para compartilhar o sucesso rápido que ela teve na breve carreira na área de publicidade.
Com firmeza e propósito, Tânia Borges contou detalhes, inclusive, sobre a situação daqueles que foram os autores das atrocidades, sendo que dois deles foram mortos de forma misteriosa. Outros três foram sentenciados pelo Judiciário.
Mais importante, entretanto, do que o lado horrendo do crime, é a força das palavras deixadas por uma mãe que sofreu, mas não ficou calada, como ela mesmo disse, não deixou que as coisas ficassem “guardadas num baú”. Buscou a verdade e a justiça. Buscou, conforme afirmou, saber tudo o que aconteceu com a filha.
Foi isso e mais uma busca de apoio profissional fazendo análise – pontuou Tânia Borges- que lhe garante falar de uma situação que foi devastadora na sua vida e de sua família. Aliado a tudo isso, ela acrescenta a busca pela Justiça, como também um elemento.
Tânia revelou que sua filha já havia dito que não suportaria qualquer situação de abuso sexual. E que, após as apurações do crime, ficou comprovado que ela não chegou a sofrer abuso sexual. “Ela lutou muito, lutou bravamente”, narrou, acrescentando que Polyanna chegou a dar uma forte cabeçada no seu algoz.
“Eu respeito essa decisão da Polyanna”, declarou a mãe da jovem, num exemplo de resignação.
Ao final da entrevista, Tânia Borges adiantou que esse ano, no Natal, novamente, o prato da filha será colocado na mesa da ceia, “porque ela continua muito presente nas nossas vidas”.
Datas assim, envolvidas de eventos catastróficos, nos deixam presos ao passado. Só mesmo um tratamento profundo da alma, será capaz de dizer o que disse, e ainda tornar a lembrança um objeto pela busca da justiça e da paz. Tânia viveu e vive o que nenhum pai ou mãe imagina viver. Uma lutadora, uma vencedora. Que as consolações de Deus continuem a te fortalecer.