Equipamento que acompanha a humanidade desde que foi inventado e patenteado, em 1870 (e que funcionou, pela primeira vez em 10 de março de 1876), pelo empresário escocês Alexander Graham Bell (1847-1922), o telefone convencional, conhecido no Brasil por telefone fixo, está prestes a nos deixar. Foi vencido pela tecnologia. O telefone fixo, que já chegou a ser item obrigatório na declaração do Imposto de Renda e símbolo de status social no Brasil, está com os dias contados. A expectativa é de que, ainda em 2021, o aparelho já tenha praticamente desaparecido dos lares. A estimativa foi feita com base na tendência de queda no número de linhas residenciais.
Em 2025 vai acabar a concessão da telefonia fixa do País, alteração prevista no projeto de lei complementar 79, que, entretanto, está parado no Congresso Nacional. Os dados mostram, mês a mês, o declínio do telefone fixo. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, o número de lares que usam o fixo caiu de 12% em 2005 para, apenas, 2% no ano passado. Ou seja, queda de 6,5 milhões para 1,3 milhão de residências. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), o total de linhas em uso, o que inclui as linhas fixas comerciais, é de 40,9 milhões, pelos dados de novembro. O número é 2,8% menor que os 42,1 milhões registrados em outubro de 2016.
Quem não se lembra de quando o telefone fixo era um bem de valor elevado para aquisição e também de manutenção cara? As pessoas, até, usavam cadeados para que os filhos não ficassem muito tempo ao telefone. Hoje, além da concorrência com o telefone celular, especialistas citam o surgimento de aplicativos que permitem ligações de voz, como o WhatsApp, que tiram receita das teles tradicionais. Sem contar que, o telefone fixo não tem mais o interesse do consumidor, pois deixou de ser o principal serviço, conforme avaliação da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações.
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Ocorre, entretanto, que, para uma parte da população, o telefone fixo permanece como a principal forma de se comunicar. Para essas pessoas, a linha fixa, ainda, é um serviço importante e a telefonia fixa tradicional é só um dos apoios e que a ela podem ser agregados outros serviços. O número mantido há anos, décadas, ficou no subconsciente de seus proprietários e usuários, que o têm como parte integrante de sua personalidade. Muita gente resiste em ficar sem esta referência de comunicação, mesmo que já tenha adquirido os modernos aparelhos de telefonia celular, mais práticos, mais acessíveis e mais atrativos.
Todavia, cada vez está mais distante o tempo em que o telefone era componente obrigatório e sinônimo de status para famílias de todo o mundo, inclusive no Brasil. Dos anos 50 até recentemente, ter um telefone na sala era imperativo para quem se considerasse evoluído atualizado e moderno. Em breve, todavia, esse aparelho que tanto tempo serviu à humanidade, vai se transformar em peça de museu. Assim é a vida…