O documentário português que denuncia abusos do STF e o autoritarismo da esquerda brasileira estreia em solo americano com sessões lotadas e gera constrangimento internacional ao governo Lula
Mila Schneider-Lavelle
Um documentário que o Brasil finge não ver
Enquanto as manchetes brasileiras continuam presas em escândalos fabricados e pautas ideológicas recicladas, um documentário português vem causando frisson no exterior e desconforto em Brasília.
Chamado “The Fake Judge: The Story of a Nation in the Hands of a Psychopath”, o filme do jornalista Sérgio Tavares estreou oficialmente em 6 de agosto de 2025, em Lisboa, com sessões esgotadas no Cinema City Alvalade. Poucos dias depois, entre 16 e 19 de agosto, o longa desembarcou nos Estados Unidos passando por Orlando, Nova York, Connecticut e Boston e arrastando plateias formadas majoritariamente por brasileiros indignados.
O tema? O uso político do Judiciário e os abusos de poder do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A acusação? Que o homem mais temido do Brasil teria transformado a toga em trono e a democracia, em espetáculo de obediência seletiva.
De juiz a ícone do medo
Com depoimentos, documentos e análises internacionais, o filme desnuda um fenômeno que a imprensa tradicional brasileira insiste em ignorar: o ativismo judicial que se tornou governo paralelo.
Em pouco mais de uma hora e meia, Tavares reconstrói uma linha do tempo de decisões arbitrárias, censuras, prisões políticas e investigações sem base legal, conduzidas diretamente pelo STF.
Um dos pontos centrais é o inquérito das fake news, instaurado em 2019 sem provocação do Ministério Público algo inédito na história republicana. Desde então, o Brasil viu parlamentares eleitos terem seus perfis bloqueados, jornalistas conservadores banidos de redes sociais, e veículos independentes como Terça Livre e Revista Oeste perseguidos sob acusações amplas e vagas.
O documentário traz ainda declarações de ex-ministros, juristas e parlamentares que alertam: “Alexandre de Moraes não é apenas um juiz. É o homem que decidiu ser o dono da verdade.”
Portugal, EUA e o constrangimento global
A recepção internacional foi imediata e explosiva.
Em Lisboa, o público aplaudiu de pé. Em Nova York, o documentário foi exibido na semana de 18 de agosto, na Harvard Club Conference Hall, sob forte presença de brasileiros e estrangeiros ligados a think tanks de liberdade civil.
Na plateia, jornalistas americanos ficaram atônitos ao ouvir relatos de prisões sem julgamento e bloqueios de contas bancárias por ordem de um único ministro.
Enquanto isso, a diplomacia brasileira se manteve em silêncio absoluto. Nenhuma nota oficial, nenhum esclarecimento apenas o incômodo de um governo que parece cada vez mais confortável com a censura.
O New York Sun classificou o filme como “uma denúncia cinematográfica sobre a erosão da democracia na maior nação da América Latina”. Em contraste, jornais brasileiros ignoraram o lançamento.
A esquerda em transe: quando o poder deixa de ser vergonha
A esquerda, outrora defensora da liberdade, parece agora viciada na sensação de poder absoluto.
Sob o pretexto de “proteger a democracia”, Lula e seus aliados vêm permitindo o uso da máquina judicial para neutralizar opositores.
Tudo o que antes denunciavam prisões arbitrárias, censura, perseguição política agora praticam com requinte de ironia histórica.
Em The Fake Judge, Tavares expõe como esse novo autoritarismo vem sendo exportado como modelo de “gestão democrática moderna” uma espécie de “ditadura digital”, onde o STF e as big techs se unem para decidir quem pode ou não falar.
E o Brasil, outrora símbolo da liberdade latino-americana, vira case internacional de como um país pode destruir sua reputação com as próprias mãos.
Do aplauso estrangeiro à vergonha nacional
O mais impressionante é que o sucesso internacional do filme não partiu do Brasil, mas de fora dele.
Enquanto os americanos, europeus e israelenses debatem o avanço da censura judicial no Brasil, boa parte da imprensa nacional finge que o filme nem existe.
Nenhum canal de TV aberta transmitiu uma linha sequer sobre a estreia; portais progressistas sequer citaram o nome do diretor.
Mas os números falam por si: em apenas três semanas, o trailer do documentário ultrapassou 12 milhões de visualizações no YouTube, e o canal oficial de Sérgio Tavares ultrapassou 1,8 milhão de inscritos, sinalizando que a pressão para liberar o filme gratuitamente cresce a cada dia.
Conclusão: o Brasil perdeu o pudor e o mundo está assistindo
O Brasil está em evidência, mas não pela razão que gostaria.
O país que já foi chamado de “a maior democracia do hemisfério sul” agora aparece nas manchetes como exemplo de censura institucional e de um Judiciário que se julga infalível.
“The Fake Judge” não é apenas um documentário é uma radiografia incômoda de um país que se tornou laboratório de autoritarismo progressista.
É o retrato de uma vergonha que já não se disfarça com discursos bonitos nem hashtags sobre “respeito às instituições”.
A pergunta que fica é direta e brutal:
Quantas vezes a história vai precisar gritar até que o Brasil acorde?

*Mila Schneider Lavelle é jornalista com formação também em teologia e especialista em Marketing, tendo atuado como Head Manager de grandes projetos internacionais e nacionais. Reconhecida por sua análise crítica e estilo incisivo, é também influenciadora digital, com ênfase em geopolítica e temas internacionais, sobretudo ligados ao Oriente Médio.
Via Folha do Estado.