Distante cerca de 240km de Anápolis, o município de Água Fria de Goiás foi alvo de uma ação conjunta do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Defensoria Pública da União. O objetivo foi resgatar 116 trabalhadores de uma fazenda da cidade, que atuavam de maneira análoga à escravidão.
Entre os 116 haviam adultos, adolescentes e crianças, que trabalhavam na extração de palhas do milho para a produção de palheiros (ou cigarros de palha). Sem condições de higiene nos alojamentos, que também não dispunha de camas para todos, e com comida insuficiente para a brutal carga horária, o grupo ainda tinha de pagar pelos materiais usados no serviço. Alguns trabalhadores estavam, inclusive, doentes.
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O grupo recebia R$ 5 por quilo de palha recolhido, sendo descontado os valores de equipamentos e roupas. Os trabalhadores vieram dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Piauí. Vale ressaltar que todos não tinham contrato e nenhum direito trabalhista estabelecido.
Além dos responsáveis pela empresa, cinco pessoas são suspeitas de intermediar a contratação ilegal da mão de obra. A empresa foi notificada para formalizar os contratos de trabalho e pagar todos os diretos trabalhistas do período. O valor chega a R$ 900 mil. Além de alojar os trabalhadores em local digno até que sejam pagos todos os salários e verbas rescisórias. Eles também vão receber um Seguro-desemprego para Trabalhador Resgatado no valor de três salários mínimos.