Não é segredo pra ninguém que a saturação do sistema de saúde e o receio da contaminação estão levando as pessoas a adiarem consultas médicas e exames que poderiam resultar no diagnóstico precoce e no tratamento. Até pacientes com problemas ligados ao diabetes, hipertensão e a outras doenças crônicas, evitam fazer acompanhamento médico.
O que poucos sabem é que, a demora na busca por ajuda especializada, causa uma demanda represada que, inevitavelmente, terá de ser atendida após a pandemia. E, isto, continuará causando a sobrecarga de procura de vagas em hospitais e clínicas.
É sabido que parte do problema poderia ser resolvida se os pacientes usassem, com mais frequência, a atenção domiciliar, ou ‘home care’, novidade surgida nos chamados grandes centros, mas que se interiorizou, sobremaneira, depois do advento da pandemia da covid-19.
A modalidade envolve uma gama enorme de atendimentos de várias enfermidades. Vai desde procedimentos simples – como a troca de curativos – até os mais complexos como internações domiciliares, cuidados paliativos e tratamentos oncológicos e de diálise. Profissionais treinados trabalham na casa do paciente e criam laços de parceria e confiança com a família. Anápolis já tem esse serviço há tempos.
Claro que, ainda, é um sistema distante de grande parte da população, devido ao custo considerado alto. Sem contar a questão cultural, onde se espera, muito, pelas ações dos governos que, nem sempre, atendem à altura da necessidade.
Mas, com a pandemia, a atenção domiciliar ganhou espaço, por contribuir para manter as pessoas em casa, diminuir a propagação do vírus, desafogar hospitais e aliviar o sistema de saúde. Dados oficiais informam que o setor cresceu 35% desde março de 2020. No Brasil, já existem empresas que, até, superaram esse porcentual.
Os especialistas esperam que este número dobre nos próximos anos, o que resultará no aumento da prevalência das doenças crônicas.
A atenção domiciliar é uma alternativa para que os pacientes tenham cuidados médicos dentro de casa, com o apoio dos familiares e as melhores práticas de saúde.