RETROSPECTIVA ANÁPOLIS 2020
Ana Rita Noronha
Se por um lado Anápolis conseguiu baixar alguns índices de criminalidade, por outro, o município alcançou, pela primeira vez, a triste marca de 128 mortes registradas em decorrência de acidentes de trânsito no período inferior a um ano. Os dados, já reportados anteriormente pelo Portal CONTEXTO, são da Delegacia Especializada em Investigações de Crimes de Trânsito (DICT).
Segundo o balanço, se comparado com o mesmo período de 2019, o município teve um aumento de, pelo menos, 30% no número de vítimas de trânsito. Relembre agora os casos mais marcantes de 2020 na área policial:
Dielinton Haryell Silva Roque, de 16 anos, foi atropelado, na Avenida Pedro Ludovico, quando voltava para casa de bicicleta após jogar futebol. O motorista, posteriormente identificado como Ascânio Dias da Cunha, fugiu sem prestar socorro.
Taís Miller, de 24 anos, estava voltando do trabalho, no Km 100 da BR-060, quando foi atingida por um homem, completamente transtornado. Conforme já noticiado, ele atravessou a rodovia na contramão e atingiu a moto em que a jovem estava. Taís morreu na hora e o motorista alegou que “não sabia nem o que estava fazendo no local”.
Emanuel Felipe Pires Martins, de apenas 15 anos, teve o carro em que estava atingido por Christiano Mamedio da Silva que, segundo os relatos policiais, estaria embriagado quando furou o sinal em alta velocidade. Além do adolescente, Eurípedes Tomé da Costa Filho, de 26 anos, também morreu no acidente.
Matheus Machado Reis, de 19 anos, foi outro jovem que perdeu a vida por conta da imprudência no volante. O rapaz colidiu com um poste após um idoso furar o sinal e atingir a motocicleta em que Matheus estava. O culpado fugiu sem prestar socorro.
Redução da criminalidade
Anápolis, segundo levantamento divulgado pelo Observatório de Segurança Pública da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO), está mais segura.
De janeiro a setembro de 2020, quando comparado com mesmo período de 2019, a redução de assalto em comércio, por exemplo, foi de 57,69%. Também tiveram quedas nas ocorrências de roubos de veículos (-56,21%) e a pessoas (-37,27%). Outro dado importante é a diminuição de homicídios. O registro desse tipo de crime recuou em 53,09%.
Levando em conta a média das ocorrências registradas ao dia, em 2018, pelo menos um carro era roubado diariamente na cidade. Já em 2020, passou a ser registrado um roubo de veículo a cada quatro dias.
Violência doméstica
Impossível terminar uma retrospectiva policial sem falar de violência doméstica. Anápolis hoje é a cidade goiana mais perigosa para mulheres viverem dentro da própria casa. Apenas entre janeiro e julho, conforme os últimos dados levantados, foram registradas 577 medidas protetivas somente no município. Relembre os principais casos e 2020:
A cabeleireira Amélia de Oliveira Matos, de 49 anos, foi encontrada morta com marcas de tiros, no dia 18 de fevereiro, dentro da casa onde morava, em Anápolis. O marido, que após atirar na esposa, efetuou um disparo contra si próprio, foi preso. Segundo investigações, ciúmes teria sido o principal motivo do crime.
No dia 11 de abril, M. L. F., precisou ser socorrida às pressas após ser brutalmente atacada pelo marido, na Vila Góis. O suspeito teria esperado ela virar de costas para atingi-la com cerca de 20 pedradas e facadas. Imaginando que a mulher já estaria morta àquela altura, deixou o corpo jogado no chão e foi embora.
Apesar de não ter acontecido especificamente em Anápolis, um outro caso que levou o município para as manchetes policiais foi da jovem Júlia Freitas. Com apenas 19 anos, ela foi espancada pelo namorado, José Augusto, natural de Anápolis. O autor das agressões teria se irritado após ver mensagens antigas no celular da vítima.
No dia 25 de novembro, outra mulher foi vítima do companheiro no município. O suspeito utilizou halteres artesanais de cimento (peso utilizado para a prática de musculação) para cometer o crime. A vítima, que está grávida, também foi alvo de socos e pontapés.