O pátio da Ciretran Anápolis está superlotado. Carros, motos e até bicicletas estão amontoados virando ferro-velho à espera de seus donos ou, de qualquer destinação definida pela justiça. Segundo o diretor do órgão, Leonardo Xavier Nunes, muitos proprietários não resgatam os veículos por que não é compensatório financeiramente. O Sargento Amaro (PM), que cuida do pátio, conta que há veículos que já acumulam mais de 20 mil reais entre multas, IPVA, taxa de estadia e outros. Alguns estão no pátio há mais de 10 anos, sem nunca haverem sido procurados.
No espaço reservado para a guarda de veículos em situação ilegal, se acham, hoje, aproximadamente, 300 carros e 300 motos. Isto representa a capacidade máxima de ocupação. A grande maioria dos veículos é encaminhada para o órgão depois de serem flagrados pela fiscalização com a documentação irregular, ou, ainda, por estarem envolvidos em crimes e/ou acidentes de trânsito. “Na verdade, todos os veículos com problemas na cidade de Anápolis são encaminhados para cá. Por isso estamos lotados”, afirmou Leonardo Xavier Nunes. Segundo ele, a fiscalização não está nem mesmo acontecendo, pois não há para onde levar os veículos que vierem a ser apreendidos.
Problemas
Contudo, ser o único espaço disponível para guardar automóveis não é única razão do acúmulo de veículos. Para se resgatar esses carros e motos do pátio é necessário antes de tudo, que a documentação do veículo esteja em dia. Comprovar que se é dono do automóvel é outro requisito. E, além disso, pagar a taxa de estadia – que hoje é de R$15,80 diários – e, ainda, o guincho. Toda essa burocracia e custos desestimulam alguns motoristas. Dos veículos que giram no pátio, uma média de 20% não é resgatada por seus proprietários. “Se a PM apreende por mês 50 veículos, em torno de 10 permanecem, não são retirados”, contabilizou o diretor.
Os veículos que são deixados na Ciretran, após seis meses de abandono, deveriam ser levados a leilão – realizado pela Secretaria de Segurança Pública uma vez por ano. Segundo Leonardo a demora para a realização dos leilões se deve às complicações jurídicas e técnicas para a liberação dos carros. É preciso que o automóvel passe por vistoria e seja feito um histórico antes de ele ser leiloado. O proprietário ainda é notificado, para que faça a retirada, e tem a chance de fazê-la até um dia antes do leilão. O último leilão aconteceu no fim de 2008 e de acordo com o diretor da Ciretran, um outro está sendo preparado para meados de novembro ou dezembro. Contudo, alguns carros não podem ser leiloados. É o caso dos que estão envolvidos em processos judiciais e os que têm pendências financeiras – o que representa a grande maioria dos veículos.
Documentação
“Muitos carros estão circulando pela cidade com o IPVA/licenciamento vencido”, afirma Leonardo. O IPVA que não vem sendo pago regularmente pelos motoristas é estimado em quase 50 por cento da frota que roda na cidade. E a razão para a inadimplência é justamente a falta de fiscalização. Ele explica que quando acontecem fiscalizações, os veículos irregulares são autuados com multa, mas não são mais recolhidos ao pátio. Entretanto, ele justifica que na intenção de solucionar, ou pelo menos amenizar a situação, estão ocorrendo negociações para uma possível transferência desses carros do pátio da Ciretran para o pátio do CMTT, junto ao trevo de acesso a Goiânia, onde existe mais espaço. Isto porque, quando apreendido, até que vença o prazo legal, qualquer veículo está sob a custódia do Estado, via Detran. Em tese, durante esse período, o Estado é responsável pelo que vier a acontecer ao veículo.
Distribuidora de bebidas é atingida por carreta na Grande Jaiara
Uma carreta invadiu a calçada e destruiu parte da parede de uma distribuidora de bebidas na Avenida Fernando Costa, Bairro...