Em 1996, eu e Rosane, minha esposa, éramos membros da Igreja Presbiteriana Central de Anápolis. A Missão Vida existia há 13 anos e nós tentávamos de todas as maneiras possíveis reintegrar os homens que foram recuperados pelo ministério da Missão, mas a grande maioria não conseguia se adaptar a uma igreja. Tentamos em quatro denominações diferentes com características diversas, porém não tivemos sucesso. Fomos ao Conselho da Igreja Presbiteriana e pedimos permissão para atuarmos como missionários na fundação daquela que seria a maior igreja composta por ex-mendigos no Brasil.
Neste momento, o Senhor Deus nos direcionou para que fundássemos uma congregação com essa finalidade específica. Assim surgiu a Igreja Evangélica Vida. No início éramos eu, Rosane e os internos, mas, com o passar do tempo, alguns irmãos juntaram-se a nós nessa missão, dentre eles, nossa querida D. Alversina Mendonça Lisboa Sardinha.
Leandro Ribeiro (PP): “Anápolis quer um deputado para chamar de seu”
Embora a conhecesse há mais de trinta anos, tive o privilégio de ser seu pastor por cerca de dez anos. Sem querer desmerecer qualquer um dos membros que estiveram sob minha liderança durante o tempo em que estive à frente da Igreja como pastor titular, D. Alversina foi minha melhor ovelha. Entre suas muitas qualidades, destaco sua firmeza, sinceridade e coração sensível para servir.
D. Alversina foi de um tempo que infelizmente passou. Tempo em que as pessoas frequentavam a igreja no mínimo uma vez nos dias úteis da semana e todos os domingos estavam presentes na Escola Bíblica Dominical pela manhã e no culto à noite. Extremamente centrada e resignada. Nas visitas que fazíamos a ela, mesmo estando enferma, nunca reclamava. Mulher generosa e de oração. Era minha intercessora e contribuinte fiel do ministério da Missão Vida.
Atos 9:36 é um texto Bíblico que fala de Dorcas, mas o nome poderia perfeitamente ser substituído por Alversina e faria todo o sentido: “Havia em Anápolis uma discípula por nome Alversina… era ela notável pelas boas obras e esmolas que fazia…”
Matriarca de uma grande e bela família, composta por pessoas honradas e dedicadas ao Reino de Deus, ao próximo e ao trabalho. Seu legado continuará falando agora que sua voz se calou. D. Alversina faleceu no dia 02 de novembro de 2016, mas sua história não pode ser esquecida. Seus netos, bisnetos, tataranetos precisam saber que houve uma mulher do “calibre” dessa irmã, que andou com Deus e fez muita diferença.
Em meu nome, de minha família, da Missão Vida e da Igreja Evangélica Vida quero expressar esta simples homenagem a D. Alversina e sua família. Ela sem dúvida fará falta para todos nós, especialmente para os seus. Nosso consolo é a certeza de que ela está acolhida nos braços do Pai, onde vamos nos encontrar um dia. Que Deus conforte e console o coração dos familiares!
D. Alversina marcou sua geração. E você, se partir hoje, marcará sua geração de forma positiva por meio de sua vida, atitudes e ações?