Ao que parece essa é uma pergunta que hoje está em todas as rodas de conversas. Afinal, em meio a uma guerra entre o Governo Federal e o Estado de São Paulo, na figura do governador João Dória, que mais parece uma guerra de egos sobre quem está certo e a vontade de trazer um resultado sobre qual vacina será usada em solo nacional, a população é quem mais perde.
Perde, porque, em meio a um ano tão difícil em que tantas pessoas perderam tanto, chegar a um assunto tão importante como a vacina, deveria ser algo claro, com certezas e não dúvidas. Com um caminho fácil a ser trilhado e não opções sem datas ou a clareza de qual será a vacina.
Nessa semana, o Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello, sinalizou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina desenvolvida em parceria entre o laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan, que é vinculado ao Estado de São Paulo e que já motivou discussões acaloradas entre o governador João Dória e o presidente Bolsonaro.
Agora, ministros afirmam que o presidente quer amenizar a guerra em torno das vacinas e o tom é de “união”. E que o cronograma para a vacinação começa no primeiro semestre de 2021 para os grupos de maior risco e exposição. Veremos.
Outro ponto importante é a vacina da Pfizer, até então preferida pelo governo federal que sinalizou a assinatura de uma MP de 20 bilhões para a compra da vacina, que o laboratório deixa claro no contrato que “não se responsabiliza por efeito colateral”. Então, imagina você, que para tomar essa vacina, será necessário assinar um termo de responsabilidade. Como fica agora? Você tomará a vacina?
A vacina da Pfizer, começou a mostrar suas reações contrárias. Dois profissionais da Saúde do estado americano do Alaska desenvolveram fortes reações alérgicas poucos minutos depois de terem recebido a vacina da Pfizer/BioNTech contra o coronavírus. Episódio parecido com dois casos de reação alérgica reportados na última semana no Reino Unido, sendo que um dos profissionais americanos não tinha histórico de alergias graves como os outros três.
Os órgãos regulatórios dos EUA e do Reino Unido advertiram que pessoas com histórico de grave reação alérgica a medicamentos e alimentos não devem tomar a vacina. Mas não houve qualquer veto ao restante da população.
O fato é que ainda não temos nenhuma certeza sobre as vacinas, sobre qual tomar, porque ninguém tem essa certeza, nem governos e nem laboratórios. Como também, não temos nenhum conhecimento absoluto sobre o vírus da covid-19. E o que parecia diminuir, de repente aumentou novamente, elevando o número de casos e mortes, no Brasil e no mundo. Ou seja, ficamos confiantes e esperançosos com a chegada de um novo ano ou continuamos preocupados?
E por falar no mundo, até mesmo a Alemanha que foi um exemplo no combate a pandemia do novo coronavírus em seu território, agora sofre com a segunda onda com números atingindo recordes. Na semana passada, foram registradas 29.875 novas infecções em um dia, de acordo com o Instituto Robert Koch, agência governamental responsável pelo controle e prevenção de doenças infecciosas na Alemanha. Foi o número mais alto registrado em um período de 24 horas na Alemanha desde o começo da pandemia. O que levou a chanceler alemã, Angela Merkel decretar um lockdown severo no país, de 16 de dezembro até o dia 10 de janeiro. Da mesma forma fez o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, decretando lockdown de cinco semanas em solo holandês.
O que podemos tirar de tudo isso? Ainda convivemos com algo que não entendemos direito. E essa segunda onda parece preocupar ainda mais o que parecia estar diminuindo. Diante desse cenário, o que poderia nos trazer alento, como a vacina, infelizmente encontramos mais dúvidas do que certeza e um jogo político que não nos leva a lugar algum.
Aqui não é uma questão de quem está certo ou não, a questão aqui deveria ser respostas concretas e não política, porque como sempre, quem perde é a população. E a população está cansada de perder.