Não seria exagero dizer que Anápolis é uma cidade vítima de falsas promessas. Esta história remonta de anos. Contam alguns historiadores que no final dos anos 1960, chegaram a anunciar a construção de um autódromo. Isso mesmo: um autódromo para Anápolis. Escolheram até o local, na saída para Corumbá. Foi aquela festa: povo eufórico, carreatas, exposição de carros, desfiles de lindas mulheres, foguetório, uma loucura! Até o fechamento desta edição, ao que se sabe, nada de autódromo. Certa feita, chegaram a anunciar a implantação de uma siderúrgica no Distrito Agro Industrial de Anápolis, com a benção até da “pedra fundamental”. Teve gente, políticos principalmente, que comprou até terno novo para a solenidade. Antes disso, muitas outras promessas foram feitas ao povo anapolino. Depois é que a coisa pegou.
Talvez interessados nos milhares de votos, e se aproveitando da boa fé de nossa gente, os políticos deitam e rolam, quando o assunto é promessa para Anápolis. Obras faraônicas, grandes projetos governamentais, coisas de primeiro mundo. Daí, o tempo passa, as promessas vão caindo no esquecimento, e fica tudo como dantes. Basta dar uma olhada no contexto mais recente. Quantas foram as promessas feitas a Anápolis e, quantas delas, efetivamente se cumpriram?
Sem querer ferir sensibilidades, ou, deixar lideranças em maus lençóis, recorremos à memória dos leitores e, estes, verão que não será muito difícil detectar-se a enxurrada de promessas feitas recentemente, muitas delas já descartadas e esquecidas por aqueles que exercitam tal prática.
Enquanto isso, o povo anapolino, coitado, vive na expectativa do Centro de Convenções; um viaduto no cruzamento das avenidas Brasil e Goiás; outro no alto da Avenida Brasil, entrada da Vila Góis; mais um viaduto no trevo saída para Goiânia/Daia, um aeroporto civil operando comercialmente; um calçadão ligando a Praça Dom Emanuel à Praça Bom Jesus; um mini-presídio; três parques ecológicos; uma fábrica de aviões poloneses; uma montadora de caminhões ingleses; uma faculdade de medicina alternativa com tecnologia chinesa; a transferência da Prefeitura para a Vila Jaiara; o gasoduto Brasil Bolívia, com um ramal em Anápolis; uma sede nova para a Câmara Municipal, quatro mini-daias etc., etc.
Agora, com as eleições 2008, as promessas estiveram de volta. Com elas, mais algumas doses de engano, de sofismas, de fantasias, de mentiras, de pura embromação. Anápolis é, definitivamente, então, “A Cidade das falsas promessas”. Ou não?
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...