Gregório Duvivier é ator de muito sucesso, e aos 23 anos já é uma celebridade no teatro com a peça – “Z.É.- Zenas emprovisadas”, que possui uma característica bem original na sua apresentação – Ele não apenas repete o texto, mas o reinventa com a participação do público em cada noite – tornando assim seu trabalho inédito com a improvisação.
É dele também o livro: “A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora”. Como poeta do improviso, seu livro não se propõe a trabalhar o tema, mas acima de tudo, criar licenças poéticas sobre o mesmo. Creio que, a partir de sua frase, podemos pensar na necessidade de começarmos a interpretar nossa vida numa nova perspectiva.
“Antes de partir”, é um dos melhores filmes contemporâneos, cuja temática é a discussão sobre a necessidade urgente que temos, como seres humanos, de considerarmos seriamente a possibilidade de viver e aprendermos a viver ao nos depararmos com a morte. Muitos filósofos já procuraram estabelecer a diferença entre existir e viver, que são elementos absolutamente diferentes na sua essência.
Vinicius de Moraes, por exemplo, transformou este tema em música: “Quem só passou por esta vida e não viveu, pode ser mais mas vale menos do que eu”.
Quando jovens, temos a síndrome de highlander e por isto a impressão de imortalidade é tão presente. Achamos que a vida é infinita e pode ser gasta de qualquer forma. Por isto, adolescentes se arriscam tanto em aventuras que muitas vezes são trágicas, porque se julgam imortais. Na medida em que envelhecemos, porém, vamos considerando a realidade da morte e somos obrigados a reconhecer a brevidade da vida. Neste momento, a questão do sentido e significado tornam-se muito importantes para nós.
Durante este tempo experimentamos perdas significativas de amigos e parentes, e percebemos cruelmente que envelhecemos. Por esta razão perguntas do tipo “de onde viemos”, ou “para que existimos”, e a ainda, “Para onde vamos?”, começam a pairar sobre nossas mentes. Indagamos se estamos gastando nossa vida e tempo da forma mais apropriada, se nossas prioridades estão corretas, se não deveríamos repensar nosso estilo de vida.
Creio que Tim Elliot fez uma declaração absolutamente sensata sobre este assunto, que faço questão de manter à minha vista em meu escritório: “Não é tolo quem dá aquilo que não pode reter, para ganhar o que não pode perder”.
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...