A “gripe do porco” está voltando. Pelo menos esta é a leitura que se faz no Ministério da Saúde, que já anuncia a vacinação de mais de 60 milhões de pessoas em todo o Brasil a partir de março. O Governo vai, ainda, colocar na praça, milhões e milhões de doses de medicamentos antivirais, objetivando, assim, cercar a Influenza A H1 N1, que, no ano passado, provocou mais barulho do que estrago. Mesmo assim, atribuiu-se a ela, a incidência de muitas mortes. Agora, as autoridades estão “preparadas” para enfrentá-la. Pelo menos na propaganda.
É claro que qualquer ameaça à saúde da população deve ser combatida com competência e pontualidade. Afinal de contas, é para tais coisas que o povo paga tributos, os mais variados, os mais altos, os mais inusitados, em se tratando de Brasil. Sim, porque pouca coisa, ou de nada, adianta pagar uma previdência que não ampara como deveria. Ainda estamos muito longe de um atendimento ideal.
Mas, voltando ao caso da “gripe suína”, é bom que todos nos preparemos, uma vez que ela, segundo as autoridades médicas virá. Vai, com certeza, tomar o lugar hoje “brilhantemente” ocupado pela dengue no noticiário nacional. Por falar em dengue, ela recrudesceu e, segundo, ainda, dados oficiais, este ano, bateu novo recorde em Goiás. Aumento assustador e que, de certa maneira, apontam a ineficiência dos procedimentos adotados para combatê-la.
É assim que temos vivido no Brasil. Sem a existência de uma política correta para a saúde pública, a comunidade fica ao bel prazer e ao sabor das sazonalidades. Todo ano tem surto de doenças, quase sempre as mesmas. De uns tempos para cá, até que pararam de falar em surto de sarampo, de meningite, de tuberculose e outras moléstias mais conhecidas e mais antigas. Isto, certamente, porque elas não dão tanto “ibope” não vão para a mídia. Ocorre que, de acordo com o antigo personagem do programa humorístico, “há controvérsias”. E das grandes. A pergunta que não quer calar é: quando será que os governos, de uma maneira geral, vão promover uma assepsia de suas políticas de saúde pública? O povo, que em muitos casos não entende o que está se passando, fica à espera de resultados que nunca vêm. A “gripe suína” vai chegar. Depois de alguns meses ela vai embora. Depois volta. Depois vai embora. Depois volta…
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...