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Anápolis, imprensa, liberdade e o sonho de libertação

de Felipe Homsi
23 de abril de 2015
em Opinião
Reading Time: 3 mins read
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Se me perguntassem qual é o fundamento principal de uma sociedade, eu responderia, com tranquilidade: a imprensa. Tenho a tendência natural de defender minha profissão, pensar que ela poderia ser uma espécie de salvadora da nossa nação. Mas sei e assumo que minha classe profissional está longe de ser o baluarte fundamental de um país. Na verdade, somos somente a mídia. Temos a obrigação de observar, apurar, relatar e transmitir fatos para pessoas sedentas, ávidas por informações relevantes.
Anápolis tem a sua imprensa. Profissionais antigos e novos convivem neste mercado. Há os jornalistas com diploma e aqueles que aprenderam o ofício pela prática. Todos têm seu espaço. Somente reclamam da falta de oportunidades no setor aqueles que não procuraram inovar, não se atualizaram profissionalmente. E, esperam, mesmo com este pensamento, que o mercado lhes abra as portas. O campo de atuação profissional está aberto. Basta entrar na onda inovadora e se abrir para as oportunidades.
Tenho certeza de que muitos discordarão. Dirão que o mercado é fechado; e repetirão o mais do mesmo: é impossível achar emprego em uma redação. Não quero, aqui, discutir. Nem é minha vontade passar uma visão ilusória do Jornalismo, como se fosse um mar de rosas trabalhar profissionalmente nesta área. Na verdade, nem era meu objetivo começar este artigo como comecei. Por isso, peço licença para iniciar novamente, abordando o que, de fato, me angustia.
Estou extremamente preocupado com a liberdade de imprensa em nossa Cidade. Na quinta-feira passada, 16, vários repórteres, incluindo parte da equipe do Jornal Contexto, foram coagidos por seguranças de um shopping e quase proibidos de fazerem seu trabalho. Era uma cobertura simples, de uma ação social voltada a idosos. Funcionários do local solicitaram aos cinegrafistas e fotógrafos que apagassem seus arquivos, algo semelhante ao que ocorreu durante o período da ditadura.
Outro aspecto que me transtorna em nossa profissão, a partir de minha experiência jornalística em Anápolis, é perceber que a maioria dos meus colegas de profissão me enxerga mais como um concorrente do que como um parceiro profissional. Tenho a sensação de que a maior parte dos representantes da minha classe não está aberta a, por exemplo, sentar em um bar comigo, tomar um café, almoçar, trocar figurinhas. É claro que este meu discurso generaliza o quadro. É óbvio que convivo com alguns jornalistas da Cidade.
Eu não sinto que sou uma autoridade na área de Jornalismo. Por isso, sei que não tenho a palavra final no que diz respeito a este tema. Mas, tenho que expor uma realidade vivida em terras anapolinas. Sinto que sou obrigado a abordar uma situação que pode ameaçar o desenvolvimento da imprensa. Por exemplo: Velhos e novos na profissão no município não mantêm um diálogo. Existe uma lacuna enorme entre aqueles que há anos atuam no setor; e os que querem galgar seus primeiros passos na profissão.
Eu tenho muito a aprender com os mestres do jornalismo anapolino, que fizeram e fazem, há décadas, um Jornalismo resistente, consolidado. Eles abriram as portas para que inúmeros novatos pudessem ter seu espaço também. Mas, sinto que as duas gerações não dialogam. Ou porque os mais velhos resistem em abrir brechas para esta conversa, ou porque os jovens são orgulhosos demais para assumirem que precisam aprender. Mas, estes não são meus únicos dilemas jornalísticos, minhas angústias da profissão.
Vejo que nós, jornalistas anapolinos, não temos um senso corporativo adequado, algo que nos permita lutar por melhorias para a classe. Valorizamo-nos pouco. Não nos unimos em prol da categoria. Dificilmente veremos jornalistas reunidos para debater questões salariais, melhores condições de trabalho. Os patrões até querem dialogar sobre estes temas conosco. Entretanto, quando apresentamos assuntos de nosso interesse, fazemos isto de maneira egoísta, pensando somente em nosso umbigo. E nos esquecemos da classe.
Sonho com uma imprensa anapolina, genuína, verdadeira, unida. Acredito que a mídia pode participar na libertação da nossa comunidade. Desejo que Anápolis esteja livre da ignorância, da falta de conhecimento, da manipulação de informações. Almejo uma Anápolis em que jornalistas se sintam participantes da comunidade. Que cada palavra proferida seja um desejo pessoal de desenvolvimento para a nossa Cidade, uma contribuição para que o progresso chegue a passos largos. Este é meu sonho libertário para Anápolis.
Felipe Homsi é jornalista. Semanalmente, escreve matérias para o Jornal Contexto. Como profissional autônomo, assume o cargo de diretor da microempresa HBF Comunicação.

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