Aqui pelo CONTEXTO, temos relatado parte da luta que um grupo político de Anápolis realizou, dos tempos da ditadura militar de 1964, ao retorno à democracia. Batalhas que revelam o patriotismo e respeito às liberdades democráticas pelos integrantes do MDB goiano. Dentro desse quadro foi extraordinária e heróica a luta dos autênticos, comandados pelo santilismo.
Ao assumir o Governo Estadual, em 1983, Íris Rezende encontrou um Estado desmotivado e praticamente falido. Atraso no pagamento de salários públicos estaduais, dívidas colossais, serviços básicos inexistentes. Tudo estava por ser feito.
Contrariado com a condição crítica da administração, Íris foi à busca de acertos que lhe pareciam mais urgentes e necessários. Baixou decreto demitindo servidores contratados a partir de 02 de abril de 1982, por desrespeito à lei eleitoral. Dos 12 mil demitidos pelo chamado “decretão”, mais de 11 mil pertenciam à Secretaria da Educação. Escolas completas ficariam sem professores se fossem afastados. Não houve uma única escola estadual que não tivesse sofrido os efeitos do “decretão.”
Meus assessores na Secretaria da Educação constataram que o afastamento daqueles servidores, quase que exclusivamente professores, causaria o caos administrativo na Educação e seria de grande injustiça. Foram contratados depois de 02 de abril de 1982, mas já vinham prestando serviços à educação, muito tempo antes, sem nada receberem, apenas aguardando a contratação. Tudo isso ficou amplamente constatado no diário de classe enviado por cada escola à Secretaria da Educação.
De posse dessas informações, para evitar revolta de pais e alunos por todo o Estado, convoquei a imprensa para dizer que todos aqueles que prestavam serviço à educação, antes do dia 02 de abril do ano anterior, deveriam continuar trabalhando normalmente. Tranquilidade imediata. Todos, sem exceção, já estavam trabalhando. Até, mesmo, os de escolas novas, começaram a prestar serviço a partir do início de março daquele ano.
Dois dias após minha decisão de não exonerar os atingidos pelo “decretão,” Íris Rezende convidou o senador Henrique Santillo e eu, deputado federal, licenciado e ocupando a secretaria estadual da Educação, para um almoço em Palácio. Numa parte das conversas, o Governador disse:
“Senador estou imensamente satisfeito com o seu trabalho no Senado. Está me ajudando bastante. Sou-lhe grato por isso. Agora tenho que lhe confessar, seu irmão não está cumprindo as decisões tomadas pelo governo…”
Perguntei-lhe, que decisões de governo eu não estava eu cumprindo. Foi quando Íris Rezende, falou que só eu havia deixado de cumprir o decreto de exoneração dos contratados depois do dia 02 de abril de 82. Foi a oportunidade que tive para mostrar ao Governador o equívoco cometido pelos secretários da Administração, Planejamento e Fazenda, ao lhe sugerirem a expedição do decreto. Íris ouviu, atentamente, a minha argumentação. Depois de ser informado detalhadamente do que ocorrera na Educação, ao nos despedirmos, o Governador exclamou:
“Sinceramente se soubesse o que sei agora, não teria incluído Educação e Saúde nos efeitos do Decreto”. Mesmo assim não voltou atrás. Sem o reconhecimento público do erro e sem uma retirada dos atingidos da Educação, dos efeitos do “decretão”, os trabalhos na Secretaria tiveram andamento normal. Mais à frente, já que o decreto não fez ressalva, determinei que fossem todos excluídos, detalhando essa decisão, na Carteira de Trabalho de todos eles. Mauro Gonzaga Jaime, o Pastinha, e sua equipe dos Recursos Humanos, ficaram vários meses, noite e dia, trabalhando na normalização dos documentos… Continua
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