Participando do Congresso Brasileiro de Diabetes, em Fortaleza-CE, mais uma vez deixo de prestigiar uma iniciativa do Departamento de Cultura da Secretaria de Educação, tão bem dirigida pelo Prof. Augusto. Espero que o espetáculo de Dança da Escola Bolshoi tenha sido um sucesso de público e, mais ainda, seja o início de uma mudança de paradigma no que tange a participação do anapolino em espetáculos culturais.
Defendo a tese, que obviamente não é minha, do papel transformador da cultura. Muda-se o mundo através dos olhos da cultura. Lala Dehenzelin, estudiosa do tema alerta: é preciso parar para pensar porque a situação atual no mundo é tão caótica. Onde foram gastos, por exemplo, em 1997, 750 bilhões de dólares com despesas militares, sendo que é preciso 300 milhões para erradicar a varíola? Ou o fato de que são necessários 19 bilhões de dólares para acabar com a fome, o que equivale a 55% do que é gasto por ano nos EUA em dietas para perder pesos. Ela destacou que é a construção da cultura que cria padrões, valores e modelos, fazendo com que as pessoas valorizem determinadas coisas ou não. “Ou seja: dinheiro, conhecimento e pessoas, temos. Mas não temos desejo, não temos escolhas. E se não existe vontade, não existe ação e, portanto, não temos solução”, acredita.
Anápolis, ainda é muito pobre culturalmente. Depende, no entanto, de nós mudarmos esta realidade. Juntos Sociedade, Executivo e iniciativa privada haveremos de mudar a atual realidade. Não existe nada que crie uma identidade entre o município e seu habitante tão forte quanto a cultura e, talvez, o esporte. A riqueza e a diversidade cultural que se manifestam na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é tão necessária para o gênero humano, quanto a diversidade biológica o é para a natureza. Nesse sentido, deve ser reconhecida e consolidada em beneficio das gerações presentes e futuras.
Torcemos para que mais e mais projetos na área da dança, música, teatro e artes plásticas venham para Anápolis. Sensibilizemos as grandes empresas da cidade quanto a necessidade do patrocínio delas na busca de eventos. Cobremos do Executivo políticas permanentes de fomento a cultura. Mas, decididamente, façamos nossa parte, prestigiando as iniciativas culturais que aportam em nossa Santana das Antas, pois mais triste que a falta de espetáculos é a ausência de público.
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...