Digna de nota, aplauso e elogios, a desarticulação, pela Policia Federal, de duas quadrilhas de tráfico internacional de drogas que tinham base instalada aqui, bem perto de nós. A ação ocorreu em Goiás, Tocantins, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Ceará, além de quatro países: Suriname, Colômbia, Venezuela e Holanda. Foram cumpridos 27 mandados de prisão temporária e 49 mandados de busca e apreensão. Ao todo, 25 suspeitos foram presos e dois estão sendo procurados pela polícia. Surpresa maior, um dos chefes do trafico preso pela Operação Perola reside em Anápolis.
Osvaldo Coggiola professor da USP alerta que o tráfico internacional de drogas cresceu espetacularmente durante os anos 80, até atingir, atualmente, uma cifra anual superior a US$ 500 bilhões. Esta cifra supera os proventos do comércio internacional de petróleo; o narcotráfico é o segundo item do comércio mundial, só sendo superado pelo tráfico de armamentos. Estes são índices objetivos da decomposição das relações de produção imperantes: o mercado mundial, expressão mais elevada da produção capitalista, está dominado, primeiro, por um comércio da destruição e, segundo, por um tráfico declaradamente ilegal.
Na base do fenômeno encontra-se a explosão do consumo e a popularização da droga, exemplos da cocaína, do ecstasy, do crack, da merla e de tantas outras drogas… Pior ainda, o preço maior a ser pago pelo consumidor é a auto-destruição e a população acometida são adolescentes, adultos jovens ou mesmo pessoas adultas em seu ápice de processo produtivo.
Também extremamente dura, essa relação perniciosa entre traficantes e maus policiais. Se não, como admitir que um preso receba 50 aparelhos celulares dentro de uma cela?
É preciso ser duro no combate a este crime que seduz, vicia e mata crianças e adolescentes não deixando presos apenas elos entre traficantes e consumidores. Muitos dos traficantes estão, às vezes, bem próximos de nossa convivência, aceitos hipocritamente pela sociedade por seu poderio econômico.
Diferente da Guerra do Ópio do século XIX é hora de declararmos guerra ao ópio, antes que nossos filhos embarquem numa viagem de difícil, às vezes instransponível, regresso.
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