Anápolis não pode ficar sem o Aeroporto de Cargas. É imperativo, é irreversível. Sem o aeroporto, vai por água abaixo o projeto da Plataforma Multimodal, e se não cuidar, o entreposto da Zona Franca de Manaus. Qualquer analista mediano sabe disso. Não se opera a logística de altas tonelagens e de produtos com inserção imediata no mercado, sem o transporte aéreo de qualidade. Daí, a importância singular do Aeroporto que, pelo visto, estaria sofrendo do “mal de abandono”.
Parece que não tem ninguém de Anápolis acompanhando esse processo de perto. E, se estiver, não está tendo o cuidado essencial para não deixar a situação esfriar, a ponto de se inviabilizar a conquista de todos os anapolinos. A implantação desse aeroporto significa o futuro de Anápolis e, pelo que parece, as nossas lideranças não acordaram, ainda, para a importância disso.
A decisão do Tribunal de Contas do Estado em cancelar o processo de licitação caiu como uma bomba nos meios econômicos e políticos de Anápolis. O Governo demorou uma eternidade para definir a licitação. E, quando definiu, ela ainda está cheia de erros e vícios técnicos, na avaliação dos conselheiros. Mas, a pergunta que não se cala é a seguinte: tivesse Anápolis uma forte representação política, com três ou quatro deputados em cima, fiscalizando, cobrando, exigindo, forçando, será que a licitação seria cancelada? Uma questão, por enquanto, sem resposta.
Parece que muita gente ainda não percebeu a importância do Aeroporto de Cargas da cidade. O projeto é viável, tem o aval do Ministério da Aeronáutica via Base Aérea, há necessidade imperiosa de se iniciar a formação do aeródromo. Mas, por questões burocráticas, por erros de cálculo, ou seja o que for, pretendem adiar isso para mais 90, 120 dias. Aí, já será final de ano, final de orçamento, tudo para, tudo estaciona. Vem o ano seguinte, 2010, ano eleitoral. Aí é que a coisa não anda mesmo. Vai todo mundo fazer campanha política, fazer discursos, fazer proposta. E o Aeroporto ficará (tomara que não) em segundo, ou terceiro planos. Nós, anapolinos, não podemos aceitar esta situação pacificamente. É hora de juntarmos políticos, empresários, formadores de opinião, lojas maçônicas, clubes de serviço, Acia, CDL, sindicatos, universidades, lideranças comunitárias, gente que quer o bem de Anápolis e, todo mundo junto, cobrar um justificativa mais lógica, exigir providências e não deixar o assunto morrer. Caso contrário, o Aeroporto de Cargas de Anápolis terá sido, tão somente, uma doce ilusão. Como já o foram outros projetos, dentre eles o Centro de Convenções que não passou, pelo menos por enquanto, de promessas de vários candidatos.
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