As enchentes que castigam São Paulo, tanto na capital, como em alguns municípios próximos, servem de advertência para o restante do País. Se bem que em alguns outros estados, o problema tem sido praticamente o mesmo. Casas rodando, gente morrendo, aflição, desespero, dor, angústia e incerteza que tomam conta de milhares e milhares de brasileiros. Antigamente era só quando ocorria uma tempestade. Agora, tornou-se fato comum. Muitos já nem sabem mais a quantidade de vezes que perderam tudo do quase nada que tinham. Perderam partes de suas vidas, de suas histórias. Perderam entes queridos, perderam a dignidade e o desejo de viver no Brasil.
E é muito triste saber que grande parte desses problemas poderia ter sido evitada. Bastasse que povo e governo se juntassem numa corrente para se conscientizarem da necessidade, mais que premente, de se adorarem políticas de preservação ambiental, de se cuidarem, corretamente, das reservas florestais, dos cursos d‘água, da ecologia como um todo. Lamentável saber, também, que, caso não se criem ações enérgicas e eficazes, o exemplo de São Paulo tende a se alastrar para o restante do País. Sim, porque as cidades não param de crescer, de aumentarem suas populações e, consequentemente, seus problemas urbanos. Já se sabe, e não é de hoje, que as enchentes e as inundações ocorrem porque o homem desvirtuou a natureza, construiu onde não deveria construir; escavou onde não deveria se escavar; abriu estradas, ruas, avenidas e outros sistemas de tráfego onde não poderia, e não deveria.
Somos nós, os moradores dos centros urbanos, que nos achamos modernos, avançados e progressistas, autores das maiores agressões à natureza. Somos nós que despejamos toneladas de impurezas nas redes de captação de águas pluviais, impurezas estas que vão para os córregos e rios, quando não antes entopem os referidos canais. Todo dia, cada um de nós produz, em média, dois quilos de lixo ou de resíduos sólidos e, infelizmente, não damos a eles a destinação correta. Cortamos árvores em frente às nossas lojas e nossas casas, sob a alegação de que elas impedem a visibilidade. Jogamos toneladas e toneladas de material plástico, descartável, nas ruas, nos bueiros, nas nascentes. E, depois, queremos cobrar do governo a responsabilidade total pelos desastres ambientais. Ou nós, cidadãos brasileiros adotamos um procedimento mais coerente, cuidando melhor da natureza, ou não vai ser preciso ligar a TV ou ler os jornais para vermos as catástrofes ambientais em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Vê-las-emos por aqui mesmo.
Da polarização à união é o desafio pós-eleições
A polarização política intensificada durante o primeiro e segundo turnos das eleições de 2024 trouxe à tona uma série de...