Talvez, possa ser que, a explicação esteja na frágil representatividade política, mas o certo é que nos últimos tempos, Anápolis vem sendo refém dos governos estaduais, que condicionam apoios eleitorais, à liberação de recursos, muitos deles de direito da sociedade anapolina. Coincidência ou não, sempre que se avizinha uma disputa política, os prefeitos são submetidos a uma espécie de “paredão”. Ou apóiam, ou pagam elevado preço.
A história mostra que no passado não era bem assim. Houve tempos em que quatro ou cinco deputados estaduais, mais três ou quatro deputados federais, representantes de Anápolis, faziam a diferença. Colocavam as cartas na mesa, exigindo o direito de Anápolis na distribuição dos recursos, sem muita discussão.
Tomara que Anápolis aprenda a lição. Quem sabe, já a partir do ano que vem, com uma base política mais sólida, sem depender de favores de deputados de outras regiões, o município se liberte dessa síndrome do “pires na mão”.
Os prefeitos, coitados, sem ter muito o que fazer, e, em nome da governabilidade, jogam fora a parte que ainda lhes resta de idealismo, de coerência política, sendo obrigados, muitas das vezes, a se atirarem no colo dos governantes. Irão dizer que isto é comum em todo lugar. Não é….
Há municípios onde a força que os representa na Assembléia Legislativa fala mais alto. Os governadores sabem, e bem, o que significa isso. Atendem aos pleitos das comunidades, sem barganhas, sem faca no peito, sem encostar na parede.
É sabido que os municípios têm recursos constitucionais que independem das vontades dos governos de estado. As parcelas de repasse do ICMS, por exemplo, são de direito líquido e certo dos municípios. Mas, há quem as utilize como moeda de troca, como pressão política.
Resta, então, uma proposta de se conscientizar a comunidade para que esta aprenda escolher os seus representantes. E o mês de outubro que se avizinha, é mais uma oportunidade para Anápolis exercitar esse direito, elegendo gente compromissada com a sua comunidade, para que, a partir do ano que vem, o município não mais seja mais tratado como uma cidadezinha do qualquer, onde o prefeito tenha de, obrigatoriamente, beijar a mão do governador. Seja ele quem for.
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