Como muitos brasileiros que moram no exterior, Cláudio Pinto é daqueles fanáticos por futebol, entusiasmado com a vida e com esporte, ajuda a treinar crianças americanas em futebol e de bem com a vida. Trabalhador, sério e honesto aprendeu muitas profissões e se tornou um expert em instalar pisos e cerâmicas nas residências mais sofisticadas da região de Boston.
Em 2008 foi contratado para refazer todo piso de uma mansão recém adquirida por um milionário que resolveu fazer as reformas antes de se mudar. Entre as ordens dadas ao Cláudio não deveria permitir que pessoas estranhas e curiosas adentrassem a casa.
Certo dia, ele observou um estranho à beira da piscina, dirigiu-se até ele e polidamente falou: “Me desculpe senhor, mas eu recebi ordens para não deixar ninguém entrar na casa”, e o desconhecido então se explicou: “Você está certo, eu devia ter me apresentado, sou o dono da casa. Nice to meet you, my name is Steven Spielberg”. (Muito prazer, meu nome é Steven Spielberg).
Depois de rirem um pouco da situação, Cláudio Pinto que não é muito ligado ao mundo do entretenimento, não se deu conta do nome do proprietário, e voltou ao seu trabalho. Ao chegar em casa, compartilhando com sua esposa e amigos, foi surpreendido ao descobrir que Spielberg é um dos homens mais respeitado do mundo do cinema.
Este episódio me fez considerar a vida:
Como cristãos, podemos estar na casa de Deus, envolvidos na obra missionária, liderando autarquias e entidades ligadas a Deus, prestarmos relevantes serviços à sua obra, sem conhecermos o Deus a quem servimos.
Jesus falou sobre isto: “Bem profetizou Isaias a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mc 7.6). Precisamos conhecer o trabalho que fazemos, mas também precisamos conhecer aquele para quem fazemos o trabalho, caso contrário, poderemos até afirmar: “Porventura, não temos profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?” e ouvir de Deus a declaração: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.22-23).
Portanto, não basta trabalhar para Deus, mas precisamos conhecer a Deus. O seu grande projeto para nossa vida não é para façamos algo, mas para sejamos alguém. Ele não nos chama para sermos agentes de produção, mas para uma experiência de relacionamento que só é possível se soubermos quem é o dono da obra.
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...