Não se fala em outra coisa: o clima presente e, principalmente, suas alterações futuras são o debate do momento. Copenhagen, assim como Kyoto e o Rio de Janeiro no passado é a cidade para a qual todos os olhos se convergem. Pacifistas e ativistas se misturam com cientistas e chefes de Estado na busca de uma solução que, no momento em que escrevo estas mal traçadas linhas, parece muito distante.
Acredito que precisamos, com urgência, conter os fatores causais do aquecimento, mas, também acredito que existe um misto de sinistrose e catastrofismo envolvendo o tema. O que na verdade se discute é o quanto as nações ricas podem pagar, o quanto as nações emergentes podem crescer e o quanto de ajuda financeira e tecnológica pode se transferir aos países mais pobres.
No pior dos cenários, se nada for feito, acredita-se que a temperatura da Terra elevar-se-á 4º C até 2050, o que provocaria efeitos catastróficos em todos os biomas e, faria desaparecer, inúmeras cidades litorâneas associado a uma desertificação do continente. Na melhor das hipóteses estaríamos 1º C mais quentes em 2050 convivendo com fenômenos climáticos um pouco mais avassaladores que os de hoje.
O questionamento então é o que os países ricos, principalmente Estados Unidos, Japão e Europa precisam fazer? Eles teriam de promover reduções maiores nas suas emissões de gases do efeito estufa até 2020. Uma comissão científica da ONU sugeriu, em 2007, que as emissões até 2020 teriam de cair para níveis 25 a 40 por cento inferiores aos de 1990, para evitar os piores efeitos da mudança climática, como secas, inundações, elevação do nível dos mares e extinção de espécies.
E os paises emergentes como o Brasil e a China? Elas teriam de se comprometer com um “desvio substancial” para desacelerar o aumento das suas emissões até 2020, o que seria possível, por exemplo, adotando um uso mais intensivo das energias solar e eólica, e, reduzindo o emprego de usinas termoelétricas a carvão.
E quanto custaria todo este esforço? Algo em torno de 100 bilhões de dólares anuais. Muito para qualquer um de nós mortais, mas pouco, muito pouco para o conjunto de nações presentes em Copenhagen.
Certo é que Eventos como este nunca chegam a um denominador comum em sua primeira tentativa, ainda mais que discutir aquecimento global sob um frio de – 7º C não é nada estimulante. Quem sabe eles transferem a reunião para o ano que vem para as areias escaldantes do Sudão? Duvido se não chegariam a um acordo.
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...