Anápolis tem o seu dia de fundação, claro. É 31 de julho de 1907, quando passou da categoria de vila, para a condição de cidade. Fato muito importante para aquele começo de século vinte. Era o desabrochar de um novo tempo, de uma nova proposta de povoação, de aproveitamento dos recursos naturais, do extrativismo, da pecuária, das lavouras então emergentes.
Anápolis tem, todavia, outro fato importante: seu descobrimento político. E, isso, deu-se na última segunda-feira, 31. E quis o destino que fosse, justamente, no seu aniversário de 99 anos. Os políticos, até que enfim, descobriram Anápolis. A presença de seis – Alcides Rodrigues não compareceu – dos sete candidatos ao governo de Goiás, participando de um debate transmitido pela TV, e registrado por importantes lideranças comunitárias, foi a senha para se afirmar, com segurança, que voltaram a se importar com Anápolis. Talvez nem pelos inúmeros avanços sócio/econômicos e culturais existentes.
Não se sabe se nem pelo que a cidade passou a representar nos últimos anos, como fonte geradora de riquezas, de proposta avançada no encaminhamento do Produto Interno Bruto de Goiás. Pode ser que seja pelos duzentos e tantos mil votos que estão, misteriosamente às vezes, camuflados entre a população, que espera o melhor momento e o melhor candidato para despejá-los. Os políticos perceberam isso.
No debate de segunda-feira, juras e mais juras de amor a Anápolis. Promessas mil, reconhecimento os mais diversos, garantias de que, “em sendo eleito, não me esquecerei de Anápolis”. Que bom isso acontecer. O povo anapolino já estava com saudades de coisas assim. E, mesmo que no debate tenham sobrado agressões, ironias, deboches, chiliques e, certamente, sinceridade por parte de alguns, ficou uma espécie de vazio, quando as discussões terminaram e ninguém sugeriu providências para se apoiar micros e pequenos empresários, os lavradores de subsistência, os desempregados da informalidade e milhares de outros excluídos, que perambulam pelas ruas em busca do sustento.
Quem sabe, num próximo debate, os candidatos se lembrem, também, de anunciarem projetos para a profissionalização dos menores praticantes de atos anti-sociais; das adolescentes grávidas gerando centenas de crianças sem a menor estruturação social, dos idosos que não têm seus direitos básicos respeitados; dos muitos outros peregrinos que não conseguem vagas nas escolas, nas empresas, na chamada inserção social. É aguardar para ver…
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