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O pior (?) ano do resto de nossas vidas

de Elias Hanna
23 de dezembro de 2016
em Opinião
Reading Time: 3 mins read
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Todo ano reserva conquistas pessoais, nascimento ou casamento de um filho (a), formaturas, compra de um bem, etc., etc., ou mesmo, algumas tragédias pessoais: separação, perda de um ente querido, etc., etc.. Esta singularidade, no entanto, fica no registro pessoal de cada pessoa. Na história, um ano fica marcado positiva ou negativamente pelos fatos que atingem a maioria da população, e, neste caso, arrisco afirmar que estamos terminando o pior ano do resto de nossas vidas.
Desastres naturais, sim, são cada vez mais freqüentes, mas 2016 não foi um ano repleto de terremotos, furacões ou tormentas tropicais capazes de ceifarem a vida de centenas, milhares de pessoas. Salvo o furacão Matthew no sempre triste Haiti e os terremotos de baixa intensidade, mas ocorrido em áreas extremamente vulneráveis da Itália. Não me vem à memória, outra tragédia natural.
O que marca 2016 é a destruição do homem pelo homem, o que o torna um ano extremamente triste. Senão, vejamos a guerra da Síria: centenas de milhares de mortos; milhões de refugiados; cidades inteiramente destruídas; famílias destroçadas, crianças e mulheres violentadas. E, você pode se perguntar: ´E, eu com isto? Está tão longe de mim´. Na Eritréia, milhões de refugiados e no norte da África milhões de mortes pela fome. ´E, eu com isto? Está tão longe´. Milhares de pessoas oriundas do Oriente Médio, norte da África morreram na travessia do mar próximo à Lampedusa fugindo da guerra, da fome. ´E, eu com isto? Está tão longe´. Ataques terroristas estúpidos em países islâmicos, em países europeus matando dezenas, centenas de inocentes. ´E, eu com isto? Está tão longe´. O crescimento do radicalismo político, a ascensão de um verdadeiro troglodita na presidência da maior nação econômica do mundo, também, parece distante. Também, parecem não ter nada a ver conosco. Ledo, doloroso engano. E se a Ásia, a Europa, a África podem ser consideradas distantes, que tal voltarmos os olhos para nosso próprio umbigo. O ano de 2016 foi de crise política. Trouxe um impeachment pouco convincente, embora de um governo fraco politicamente; institucionalização da corrupção; briga entre os três poderes; milhões de desempregados; caos na saúde; uma educação de terceiro mundo e 56.000 mortes por assassinato. ´E, eu com isto? Não me atingiu, não sou político, não morreu ninguém da minha família´.
Este 2016 pode ser o ano em que perdemos a esperança, ou assistimos a agonia da mesma e, isto, como diz Simone Beauvoir é horrível, assistir a agonia da esperança.
O que nos provoca asco? O que, ainda, nos revolta? Violência e estupidez fazem parte da humanidade. A história nos conta. O que deveria nos revoltar é a crueldade, a omissão e a incapacidade de nos indignarmos. O grande mestre Saramago, ao qual useiramente recorro, muito mais para dar um pequeno lastro de brilho nestas mal traçadas linhas, nos ensina que ´o que está em causa não é a violência, é a crueldade. Violenta é toda a natureza. Para que eu coma o meu filé, tenho que matar um boi. Nós, seres humanos, os tais seres racionais, inventamos a crueldade. Portanto, é sobre a crueldade que deveríamos discutir. Quando começamos a discutir sobre a crueldade, o problema da violência resolve-se´.
O ano de 2016 nos mostra que aperfeiçoamos a crueldade acostumamo-nos com a idéia de que podemos matar uns aos outros, banalizamos o mal, e , enquanto acharmos que aquilo que ocorre além muros ou além mares não nos atinge, contribuímos para perpetuar a crueldade.
Se pudermos tirar uma lição de toda a ruindade que o ano nos reservou, quem sabe este ano, no futuro, transforme-se historicamente no ano em que aprendemos a temer o próprio homem. E isto, acreditem, nos fará muito bem.

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