Marconi Perillo é um político que, por definição, é uma incógnita. As opiniões em todas as camadas, sociais e de conhecimento político, se dividem amplamente. Para uns, é um rei cujo retorno à Casa Verde é apenas uma questão de tempo; a outros, no entanto, trata-se de um político de grande alcance regional que por diversas razões (lógicas e de circunstância) está seriamente ameaçado pelo cenário que existe para 2010. Paixões daqui, paixões de lá, os desenhos começam a surgir. Mas, acima de todas hipóteses, a dúvida que resta da análise das “teorias” é resolver o “teorema” Marconi Perillo.
Teoria, por definição, é algo que pode ou não se comprovar, dependendo do desenrolar dos acontecimentos. Portanto, os cenários é quem mandam no futuro político. Tudo pode acontecer, inclusive… nada. Já o Teorema, tão conhecido dos matemáticos, é o fator que pode ser comprovado definitivamente, independente do que ocorrer. O “candidato” Marconi pode ser definido por intermédio de teorias, mas – pessoalmente – o “político Marconi”, com suas avaliações e opções íntimas, é um teorema. Pode demorar, mas seu perfil haverá de aparecer e se revelar, independente do tempo.
Isto porque os cenários vão obrigá-lo a isto. Vejamos: com a formatação solidificada da aliança nacional PT-PMDB se repetindo com facilidade em Goiás, restará um único fator de grande peso para que recaia uma dúvida sobre Perillo: ser ou não ser candidato? E este fato atende pelo nome de Alcides Rodrigues e o Governo de Goiás. Se a aliança PT-PMDB receber o ingresso também do PP, hoje cada vez mais distante dos tucanos, o PSDB e, principal e conseqüentemente, Marconi Perillo estarão isolados no processo político. E então, começa a investigação do teorema: Marconi será ou não candidato?
Base para a definição do Teorema: quem é Marconi Perillo? O estrategista que opta por entrar numa disputa com chances já esquadrinhadas para vencer ou o político que se lança ao abismo do desconhecido torcendo para que um colchão o espere lá embaixo?
Os marconistas ou os mais precavidos ressuscitam 1998, quando Marconi era desconhecido, um Davi contra o Golias, se lançou e venceu. A história é clara, a comparação, absurda: até mesmo Perillo sabe que 1998 não tem nada a ver com 2010. Ele hoje já experimentou oito anos de governo, já é um nome consolidado na política. E, como todo nome, tem glórias, cicatrizes, aliados e inimigos figadais. Trazer 1998 ao campo das hipóteses é comparar água e vinho tendo como base o fato de ambos serem líquidos.
Alcides Rodrigues é o fator que pode ou não confirmar a teoria. E não adianta desprezar Alcides por conta de eventuais resultados de seu governo. Governo, em uma eleição, ainda é Governo: é poder em estão bruto. A decisão pessoal de Marconi diante da formatação deste bloco maciço lulista de PP-PT-PMDB é quem vai dizer se ele se joga contra a muralha ou se passa ao largo, sem precisar enfrentá-la, correndo o risco de rompê-la ou de machucar-se seriamente diante do encontrão. A resposta ao teorema: impreterivelmente no final do primeiro trimestre de 2010. Até lá, tudo é teoria, nada é teorema.
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