O termo ´Paradigma´ provém do grego parádeigma e caracteriza-se como a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico,uma matriz, ou seja, uma teoria; uma realização com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.´
Então o que significa a famosa ´quebra´ de paradigma? Seria um novo modelo ou padrão a ser seguido? E todos os paradigmas devem ser quebrados? E será que todos nós estamos preparados para dos paradigmas e suas possíveis rupturas?
Paradigmas, além de tudo são desafios.
O medo da mudança é peculiar ao ser humano e está mais arraigado no universo masculino e menos afeto às mulheres. O mundo novo é verdade assusta, mas como diz o ditado: você nunca chegara a novos lugares, se insistir em trilhar os velhos caminhos!
Muito se fala na quebra de paradigmas,e na sua necessidade, como forma de se buscar melhorias individuais, setoriais e para toda uma sociedade, que se diz organizada, mas que de forma totalmente desorganizada, nada se importa com o ser humano enquanto filho de Deus, irmão. Abandonamos nossas crianças, nossos anciãos são simplesmente largados a sorte em asilos que mais parecem verdadeiros cemitérios frios e lúgubres, a miséria reina a porta de famílias e famílias, a corrupção se instala e hoje já se tornou regra, com apoio de toda a sociedade, e a indiferença simplesmente se tornou obsoleta. Nada mais fazemos, não mais reagimos. O que era um paradigma, tornou-se a regra, agora a quebra dessa nova regra, que é a insensatez ligada anossa indiferença, é que se tornou o verdadeiro paradigma.
Mas antes de tudo devemos ser justos, coerentes, criativos, reflexivos, coerentes.
Na maioria das vezes, simplesmente somos conduzidos por hipóteses empíricas, e por idéias torpes e levianas, surgidas sabe-se lá da onde, e produzidas por indivíduos ou grupos sabe-se lá de que caráter, e sem a menor noção do ridículo, passamos a lutar contra conceitos ou pré-conceitos, simplesmente porque somos parte de uma grande massa de manobra.
Para exemplificar toda nossa argumentação, e esclarecer toda essa elucubração, tragamos uma novidade, que pelo visto, ´assusta´ a toda a sociedade goiana, sem que a própria sociedade, antes de criticar deveria refletir. Écerto que normas editadas pelo Executivo, as vezes buscam e/ou indicam novos ajustes prejudiciais à coletividade, porém, criar como regra, que toda nova criação é prejudicial, isso já se tornou um despautério. Então vamos logo ao caso: no último mês de Outubro o site do DETRAN/GO (www.detran.go.gov.br), trouxe uma notícia de que para os veículos, cujos proprietários possuem dívidas, não seria mais possível a transferência de propriedade para terceiros. Veja bem? E isso por acaso está errado? Por acaso isso é injusto? Por acaso isso é ilegal? Por acaso isso é alguma novidade?
Muitos não sabem, o que é plenamente justificável, uma vez que o caso é muito particular aos operadores do Direito, mas quando um indivíduo aliena um veículo a terceiro, e estando o vendedor ´respondendo´ um processo de execução, essa venda é tida como ´Fraude a Execução´, e não raros muitos destes compradores de boa-fé, perdem seus bens, adquiridos com muita dificuldade, pois a lei impõe que o comprador se acautele com a verificação de dividas em desfavor do vendedor. Pergunta-se: e quem tem esse cuidado? E quem sabe dessa possibilidade? Só que ela existe. E ela ocorre.
Ocorrido o problema, ou seja, derramado o leite, não adianta mais lamentar. E depois do ocorrido, é que o comprador se revolta contra o mundo, culpa o Governo, o Presidente, e até o Promotor, o Padre e o Pastor, mas esquece de que a verdadeira culpa, reside na sua ignorância jurídica, que o conduziu ao prejuízo. Talvez a culpa seja do Big Brother, ou não? Porque no Big Brother não se ensina Direito?
Agora o Estado de Goiás, através de sua autarquia DETRAN, cria uma norma, para tentar coibir essas chamadas ´Fraudes à Execução´, evitando a dor e o sofrimento a muitos dos seus ´filhos´, e o cidadão goiano simplesmente rejeita, critica e esbraveja, contra uma regra benéfica a toda a sociedade.
Estamos diante de uma quebra de paradigma, onde o comportamento de toda a sociedade era simplesmente fechar os olhos contra as dívidas (objeto de Execução) e contribuir para que terceiros credores, ficassem no prejuízo. Essa é a lei de Gerson: se eu tiver a minha vantagem, que se dane o próximo. Não é assim que pensa a sociedade como um todo?
Sejamos todos justos, sejamos realistas e verdadeiramente honestos e organizados. Essa regra imposta pelo DETRAN, ainda que tardiamente, é ótima e benéfica a toda a sociedade que se diz ´organizada´.
Daí um desavisado e vocifera uma Utopia: – e se eu tenho uma dívida e preciso vender meu carro para pagar uma conta, isso não seria injusto?
Ora, se você fosse realmente uma pessoa justa e tendente realmente a querer quitar sua dívida, você certamente já teria vendido/alienado seu veículo (automotor ou ciclomotor) antes do processo de Execução Fiscal, até porque, certamente seu credor, tentou inúmeras vezes um acordo, mas você, que se acha muito esperto, sempre furtou-se às suas obrigações chegando a zombar da Justiça, ou no mínimo foi muito negligente. Mas a Justiça chegou, e não duvide pois é bíblico, ela sempre chega, assim como a morte. E agora você, tão espertinho, pasme-se: você não pode mais vender seu veículo! Ele já é uma garantia deuma dívida que você contraiu e não queria honrar e será levado a Leilão caso não pague a dívida!
Agora alguém, caso possa, me diga: Isso não está certo?