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Pátria sem chuteiras, pés descalços

de Elias Hanna
18 de junho de 2018
em Opinião
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Começou a Copa, mas onde está a tradicional empolgação dos brasileiros? Também a perguntar: onde estão os carros, as ruas enfeitadas, a vestimenta amarela, o sorriso no rosto? Desencantamos com o futebol?
Nelson Rodrigues que cunhou a expressão ´Pátria de chuteiras´, dizia: ´Já descobrimos o Brasil e não todo o Brasil. Ainda há muito Brasil para descobrir. Não há de ser num relance, num vago e distraído olhar, que vamos sentir todo o Brasil. Este país é uma descoberta contínua e deslumbrante.´ Outra de Nelson Rodrigues: ´E, por isso, eu lhes digo que ‘A primeira missa‘, de Portinari, é inexata. Aqueles índios de biquine, o umbigo à mostra, não deviam estar na tela, ou por outra: — podiam estar, mas de calções, chuteiras e camisa amarela´.
Sim, a Copa chegou, mas onde estão as discussões em bares, aquela insuportável monotonia de só falar em futebol, quem viu por ai o Araquém? As tabelinhas da Copa sumiram; e o que dizer dos milhões em ação, todos juntos a bradar ´pra frente Brasil, salve a Seleção´. Até as discussões se um ou outro cabeça de bagre deveria ou não ser convocado esvaíram-se feito fumaça.
Muitos acreditam que o encantamento do brasileiro com a seleção morreu naquele 7×1, aquela aberração que nos deixou com a cara embasbacada, incrédula. Aquele vexame doeu a alma, dilacerou com requintes de crueldade nossos corações, foi um potente soco no estomago, uma ferida difícil de cicatrizar. Ficamos qual ´gente sofrida tentando se despedir da dor´. Foi o momento em que o futebol se despediu da poesia e se encantou pelo drama.
Mas teria sido apenas por esta acachapante derrota que abandonamos a seleção canarinho, cinco vezes campeã? Acredito que não. Temos outros fortes motivos para não nos encantarmos com Neymar, Coutinho, Marcelo e outros; temos um país que chora a desesperança, o medo, a angústia. Um país que dia sim, o outro também, se preocupa com a falta de perspectivas, com o sucateamento da saúde e com a violência cotidiana que mata homens, mulheres; mais jovens que velhos; mais negros que brancos; mata muito mais pobres que ricos.
Com todo o desmazelo que nos assola, com todo o desemprego e corrupção do dia a dia quem há de tecer loas a Tite e seus comandados. Vencer a Copa não nos abreviará a angústia de conviver com Temer e sua gangue.
Desconfio, ainda, que muito da apatia deste momento seja responsabilidade dos jogadores do Brasil, afinal quem ouviu de quem quer que seja, de goleiro a ponta esquerda, alguma menção a crise por que passamos. Está escrito em algum contrato que os jogadores da Seleção estão proibidos de serem solidários aos brasileiros em suas mazelas? Acredito até que nem mesmo são brasileiros, afinal, doce inveja, saíram do País na primeira oportunidade, vivem em sua maioria em países que respeitam a cidadania e ganham em dólares ou euros.
Não torceremos contra, no entanto, iremos vibrar a cada jogada genial, a cada gol, a cada defesa, gritaremos “nos campos, ruas e construçoes” que somos hexa, por que estamos machucados, mas não somos loucos. Em caso de vitoria, nossos pés descalços haverão de sambar no asfalto quente da avenida sem esquecer que o sangue que haverá de brotar de nossos pés há muito já verte de nossas almas.

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