A expressão em latim é o contraste perfeito para definir o momento atual da política brasileira; contraste entre o tempo de quem não tem pressa e o tempo de quem só tem pressa; daquele que sabe viver a beleza de cada momento e daquele que se torna escravo do tempo.
Michel Temer vive tempus fugit. Há pouco tempo, enquanto Vice-Presidente, ´era um vice decorativo´. Tinha tempo para ler; escrever alguns poucos e ruins poemas eróticos; tempo para curtir a mulher bela, recatada e do lar; tinha tempo, até, para ensinar a Michelzinho investir em imóveis. Sem pressa, tinha a companhia de Moreira Franco, Elizeu Padilha e Romero Jucá. Tempo de, como dizem os petistas, ´conspirar´. Neste tempo em que o dia parecia ter 25, 26 ou mais horas era considerado ´acessório secundário´.
Quanta diferença dos tempos atuais. Agora, corre contra o tempo. Seus dias parecem ter 22, 20, talvez até menos horas. Procura, desesperadamente, dilatar o tempo que, como ensina Khalil Gibran, já não tem.
Não pode cometer erros, mas ironia do destino, a pressa é inimiga da perfeição. Talvez o maior motivo de seus erros, primários para quem passou 24 anos no Parlamento e que tem mais de 35 anos de vida política. Ministério sem mulheres; sem negros; ministros envolvidos até o pescoço com desvios éticos; briga com intelectuais, com a cultura, etc., etc. Sem mulheres no Ministério, nomeia uma fundamentalista para a Secretaria das Mulheres. Para quem pouco pode errar, estas duas, três semanas de governo foram desesperadoras. Não me recordo de governo com tantas idas e vindas em início de mandato.
Para quem corre contra o tempo, perde tempo demasiado em tentar contemplar amigos que, somente, têm dissabores a oferecer. Dependia da Câmara. Depende, agora, do Senado e não ousa irritar nem Cunha, nem Renan. Escolhe como companhia aqueles a quem a sociedade repudia.
Pede sacrifícios à população e permite, em uma canetada só, que o Congresso lhe sorva 58 bilhões de reais para contemplar, principalmente, o Judiciário.
É bem verdade que possui, ainda, a boa vontade da mídia, Deus sabe até quando! Também traz a seu favor o medo de que Dilma, agora, com todo o tempo do mundo, volte.
Se não há tempo para viver a beleza de cada momento preocupe-se em não fazer de seu ´reinado´ mero passatempo. Não se pode matar ou abreviar o tempo sem ferir a eternidade. Se efetivamente não pleiteias a reeleição, tempo há de sobras para implementardes as medidas que todos anseiam verem tomadas.
Lembrai-vos, pois, do ensinamento de Jean La Bruyere: ´Aqueles que gastam mal o seu tempo são os primeiros a queixarem-se da sua brevidade´.
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