Duas aeronaves de fabricação sueca, de um total de 36 compradas pelo país, chegaram à Base Aérea de Anápolis, abrindo uma nova página na aviação de caça na unidade
Desde o início da década de 1970, quando a Base Aérea de Anápolis (BAAN) foi instalada, trazendo para o centro do país uma das principais unidades de defesa e de preservação da soberania do espaço aéreo nacional, foi aberto o livro da história da aviação de caça no Brasil e, em especial, no Município.
No dia 1º de outubro de 1972, a BAAN recebia o primeiro caça Mirage, adquirido da Marcel Dassault, da França. No total, a unidade recebeu 16 dessas aeronaves, na época, consideradas entre as mais modernas e, inclusive, capazes de voar de voar a uma velocidade de mach 2.
Durante décadas, os caças Miragem cumpriram seus objetivos e missões operacionais na BAAN. Mas, a história começou a mudar em 2006, com a criação do projeto denominado FX-2, visando o reequipamento e a modernização da frota de aeronaves militares da Força Aérea Brasileira (FAB). Naquele ano, foi aberta a licitação para a aquisição de novos caças.
Somente no dia 18 de dezembro de 2013 é que o Governo Brasileiro anunciou, oficialmente, a aquisição dos caças Gripen, fabricados pela SAAB, da Suécia, num pacote de 36 aeronaves. Conforme divulgado na época, uma transação na casa de US$ 5 a US$ 6 bilhões. O contrato envolveu também acordos de transferência de tecnologia.
De 2013 para cá a espera foi grande. O ciclo dos Mirage foi encerrado. A BAAN ficou guarnecida com o caça F-105 e, ao mesmo tempo, várias obras foram iniciadas com o objetivo de recepcionar o novo supersônico. Dezenas de milhões foram investidos em infraestrutura e suporte operacional, assim como também em moradia para a recepção do aumento de efetivo militar.
Na última terça-feira, 29/11, 50 anos após a chegada do primeiro Mirage, a Base Aérea de Anápolis registrou o pouso das duas primeiras unidades operacionais do F-39 Gripen, o FAB 4103 e o FAB 4104.
A informação foi informação foi dada pelo site Poder Aéreo, em matéria assinada pelo jornalista Juliano Lisboa. Segundo ele, o primeiro (e histórico) pouso ocorreu às 11h48. O site ainda registra que a FAB deve realizar no dia 19 de dezembro uma cerimônia oficial para marcar o recebimento das aeronaves.
Essas duas aeronaves que estão agora na BAAN chegaram ao Brasil no dia 25 de setembro último e foram desembarcadas de um navio vindo da Suécia, no Porto de Navegantes, em Santa Catarina. De lá, elas foram transportadas para ao Centro de Ensaios em Voo do Gripen (Gripen Flight and Test Centre – GFTC), na planta da Embraer, em Gavião Peixoto (SP).
Características do caça Gripen
O Brasil e a Suécia escolheram o Gripen E como o seu caça de próxima geração para garantir a soberania e a segurança dos seus povos.
Concebido com características únicas e utilizando armamentos do estado da arte, o Gripen pode atuar com facilidade em ambientes extremos, em cenários de combate altamente hostis e manter uma operação continuada e partir de aeródromos ou rodovias com baixa infraestrutura de solo.
O Gripen combate em cooperação com forças amigas compartilhando as informações coletadas pela sua suíte de sensores e guerra eletrônica, sendo a diferença na vitória de qualquer país que o têm como aliado.
A colaboração homem-máquina é essencial na superioridade aérea, combinando a capacidade operacional integrada de inteligência artificial e o suporte à decisão com o design e o conceito do cockpit do futuro. O piloto e os sistemas da aeronave operam perfeitamente juntos, como um só, colaborando para alcançar o sucesso da missão.
Com cobertura omnidirecional, os sistemas de guerra e ataque eletrônico permitem ao Gripen E operar com segurança em espaços aéreos altamente contestados, hostis e com grande presença de ameaças, conduzindo missões defensivas e ofensivas com superioridade aérea e grande capacidade de sobrevivência.
A chave para vencer a guerra moderna é manter a rápida adaptabilidade e superioridade tecnológica sobre os oponentes mais desafiadores. O inovador sistema de aviônicos do Gripen E oferece agilidade, relevância operacional contínua, combate aprimorado e eficiência usando tecnologia de ponta: – Aviônica modular; – Sistemas críticos de voo/táticos com arquiteturas separadas; – Atualizações rápidas.
A suíte de sensores táticos, incluindo o radar AESA, o sensor passivo IRST e os demais conjuntos de guerra eletrônica proporcionam a coleta e a fusão de dados, que são compartilhados via datalink de forma ágil e segura para todos os participantes conectados na mesma rede operacional. As informações são rapidamente analisadas, permitindo a tomada de decisões críticas e de ações que garantam a superioridade tática. (Este box contém informações extraídas do site da SAAB- https://www.saab.com)