A aparição de animais silvestres em setores residenciais por todo o Brasil, inclusive em Anápolis, tornou-se um fenômeno cada vez mais comum. Esses animais (mamíferos, répteis e anfíbios, principalmente) vêm para os centros urbanos em busca de comida, conforme avaliação do próprio IBAMA. É que seus habitats naturais foram invadidos por pastagens e monoculturas, o que os impele a migar para a convivência com os homens, seguindo um caminho de há muito feito pelas aves. Inúmeras espécies delas já se tornaram aves urbanas.
Não são raros os casos em que cobras, lagartos, tamanduás e, por último, até, onças e outros bichos mais agressivos são vistos em quintais; garagens, dentro de veículos e em outros pontos por onde jamais se imaginava encontrá-los. E, segundo os ambientalistas, a tendência é de que fatos semelhantes se repitam com mais assiduidade, uma vez que o avanço sobre as matas, florestas, reservas ambientais e outras áreas de convívio dos animais é avassalador. Muitos já foram os casos concretos em que pessoas chegaram, até, a perderem a vida, por conta de ataques de bichos como cobras, escorpiões, aranhas venenosas e outros tipos.
Em que pese a existência de leis ambientais, fiscalização e punição para quem devasta o meio ambiente, a situação, ainda, está longe de um controle. Em Anápolis, por exemplo, diária e constantemente os bombeiros são solicitados para capturarem espécies silvestres que são detectadas no ambiente urbano. O caso da aparição de serpentes (venenosas, ou não) é o mais comum. Raramente, fica-se uma semana sem que este tipo de socorro não seja solicitado. E, lembrar que, esses animais não têm nada de inofensivos. Alguns são agressivos, outros peçonhentos, outros transmissores de zoonoses (moléstias cujos vírus são hospedados nos bichos) que podem atingir o ser humano. Até os pombos tidos como aves cândidas, belas e exóticas, que enfeitam as praças das cidades, oferecem perigos. Desta maneira, todo o cuidado é pouco. As crianças, principalmente, devem ser orientadas a não se exporem em situações de risco, a não frequentarem locais inóspitos como prédios abandonados, terrenos baldios com mato denso e outros, sem a garantia de que estejam seguras.
Certamente que não existe uma receita pronta para a reversão deste quadro. Os bichos vão continuar procriando; as áreas, sem controle, continuarão sendo ocupadas por edificações e outros projetos. A alimentação natural dos animais se torna cada vez mais escassa e, a princípio, resta tomarem-se cuidados básicos para que não ocorram as surpresas desagradáveis, como mordidas, picadas e outros danos corporais. Cobras; lagartos; teiús, gambás; pacas; cotias; jaguatiricas, onças pardas e vermelhas, tamanduás e outros bichos semelhantes estão por aí, nas ruas, nas praças, nos jardins, nos quintais e em outros ambientes, antes, tidos como exclusivos dos seres humanos.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...